Trazendo um conceito de veículos leves e modulares para uso urbano e lazer, o Grupo Novo Brasil (NBR) lançou no dia 24 de Março a pedra fundamental de sua nova montadora que será erguida no município de Araripina, no Sertão de Pernambuco. A estrutura, que contará com um investimento inicial de R$ 260 milhões, terá uma plataforma modular e deverá fabricar carros compactos e buggies. O projeto também inclui uma usina solar fotovoltaica e uma pista de testes. Durante a fase de construção, que deverá durar cerca de 18 meses, a expectativa é de que sejam gerados 240 empregos diretos. Quando entrar em operação, o total subirá para 450, além de mais de três mil indiretos.
De acordo com Edilson Vieira, o diretor administrativo e financeiro do grupo, um dos fatores que influenciaram a escolha por Araripina foi a localização estratégica do município, tendo em vista que, no local, a empresa estará a um raio de 300 km de sete estados. “Temos um sonho de trazer desenvolvimento para o Sertão e impactar o Nordeste colocando nossa marca em ação. Araripina está no epicentro da logística que será escoada pelos portos de Pecém (CE), Suape e Salgueiro, de onde estaremos mais próximos do Sudeste do que Goiana”, afirmou.
A chegada da montadora foi celebrada pelo prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel. “Ficamos quase dois anos tratando do projeto e a escolha de Araripina para nós tem um significado imenso do ponto de vista econômico e social. Representa uma oportunidade de trazer a indústria automotiva que vai mudar a base econômica da nossa cidade e região”, observou.
Utilizando tecnologia européia, a planta do local será mista, com mão de obra humana e robotizada. Já a fábrica terá capacidade instalada de 1.600 carros por mês. Inicialmente, a produção será de 1.200 unidades. No entanto, a previsão é de que em três anos, o número possa ser dobrado. Já a mão de obra deverá ser prioritariamente local. Para tal, o grupo NBR está negociando com a Secretaria de Trabalho, Capacitação e Empreendedorismo de Pernambuco e ao Sistema S um projeto de capacitação, que deverá acontecer em Araripina, para até mil pessoas nas áreas de laminação de fibra de vidro e de carbono, elétrica, mecânica, montagem e funilaria, entre outros.
No local, a plataforma modular, que promete reduzir os custos de desenvolvimento e facilitar o processo produtivo, permitirá a produção de dois modelos bases. O primeiro a ser lançado pela montadora, um modular compacto fechado para até cinco pessoas que possui porta-malas e pode ser convertido em um buggy aberto, custará a partir de R$ 66 mil em valores de hoje e deverá chegar ao mercado no final de 2023. No primeiro ano, a expectativa da empresa é de vender cerca de 36 mil carros. Com isso, o faturamento mensal deverá girar em torno dos R$ 94 milhões mensais.
“Nossa montadora ocupa uma lacuna em que não há concorrentes em nenhum país do mundo. Grandes marcas apresentaram protótipos de buggies que ainda não chegaram ao mercado. Nosso objetivo é contribuir para o desenvolvimento do nosso estado, levando outras oportunidades à região conhecida por ser o polo gesseiro pernambucano”, comentou o diretor-presidente do Grupo NBR, Evandro Lira.
Entre os componentes mecânicos, o destaque fica por conta dos motores dianteiros 1.0, 1.0 turbo, 1.3 e 1.5, com tração 4×2 e 4×4, on e off road, quatro pneus do mesmo tamanho, sistema de suspensão independente nas quatro rodas, direção hidráulica e sistema de iluminação em LED. Inicialmente, o motor será à combustão Flex, disponível para gasolina e álcool. No entanto, o consumidor que preferir contará com a possibilidade de conversão a gás natural veicular (GNV) de fábrica. Além disso, o grupo NBR também pretende desenvolver bases para montagem de outros modelos de carro e anunciar, no futuro, um plano para produção de carros híbridos e elétricos.
Os veículos serão comercializados online e em lojas próprias, começando por Recife, Natal, Fortaleza, São Paulo e Florianópolis e revendas homologadas pelo fabricante. De acordo com a empresa, as unidades, que serão compostas por showroom e oficinas autorizadas, poderão ser expandidas para outros estados a depender da demanda.
Fonte: Diário Pernambuco