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Com o fim do apoio dos EUA, infecções por HIV podem aumentar mais de 6 vezes no mundo em quatro anos
11/02/2025 / 17:03
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chefe do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Winnie Byanyima – Foto: Sergio Lima/UNAIDS

Até 2029 o número de novos casos de infecção por HIV pode aumentar mais de seis vezes caso o apoio financeiro dos Estados Unidos seja retirado do maior programa de combate à Aids. O principal motivo para esse crescimento de infecções é pela circulação de cepas mais resistentes do vírus. A declaração foi feita pela chefe do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Winnie Byanyima, em entrevista à Associated Press.

A estimativa foi realizada após o anúncio feito pelo presidente americano Donald Trump no mês passado de que o financiamento seria interrompido. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que esta decisão representa uma “ameaça global” para as pessoas que vivem com o vírus. Os países mais afetados são os de média e baixa renda, Brasil incluído.

— Isso custará vidas se o governo americano não mudar de ideia e manter sua liderança — diz ela, acrescentando que não era seu lugar criticar nenhuma política governamental.

Segundo a diretora executiva, nos próximos quatro anos poderá haver um aumento de 8,7 milhões de pessoas infectadas pelo HIV. O que representaria uma brusca mudança do cenário atual, com 1,3 milhão de novos casos registrados no mundo no ano de 2023 (diminuição de 60% desde o auge da transmissão do vírus em 1995).

No Brasil, foram registrados 46.495 novos casos de infecções pelo HIV no ano de 2023, de acordo com o boletim epidemiológico sobre HIV/Aids mais recente do Ministério da Saúde. O número representa um crescimento de 4,5% nos novos casos de HIV em comparação a 2022.

Ainda, Byanyima também ressalta que o corte do financiamento feito pelos EUA é catastrófica pois cerca de 90% do valor total necessário para que os programas funcionem em alguns países vem de financiamento externo.

— Quase 400 milhões de dólares (mais de 2 bilhões de reais) vão para países como Uganda, Moçambique e Tanzânia — aponta.

Com informações do jornal O Globo