Com mais de 80% da sua população adulta totalmente vacinada contra covid-19, uma das maiores taxas do mundo, Israel tem sofrido com uma nova onda de casos da doença e considera um lockdown para frear a variante Delta. Só na segunda-feira (9), de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 6 mil pessoas testaram positivo para a covid no país, o maior nível desde fevereiro.
“Israel encontra-se em um ponto crítico para a nossa saúde, para as nossas vidas e para a nossa economia”, alertou Salman Zarka, autoridade máxima do governo no combate à pandemia.
Por ser o primeiro país a iniciar um esforço em massa de vacinação e o primeiro a reabrir toda a economia, depois de vacinar totalmente quase 70% de sua população adulta, os israelenses tiveram um período de liberdade pós-pandemia.
No entanto, com estudos mostrando que a eficácia da vacina está caindo entre as pessoas com mais de 60 anos, algumas das quais receberam suas primeiras doses em dezembro, Israel já é o primeiro país a iniciar a aplicação das doses de reforço.
O governo não esperou a aprovação das doses de reforço da Pfizer pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) e já aplicou a terceira dose para cerca de 2 mil pessoas imunodeficientes semanas atrás, antes de estendê-la a todas as pessoas com mais de 60 anos, em 1.º de agosto.
Cerca de 600 mil israelenses idosos já receberam a terceira dose, que em breve poderá ser oferecida também às pessoas com mais de 50 anos.
O rápido aumento do número de casos ameaça frustrar os planos do governo de manter a economia aberta. Autoridades israelenses já consideram impor um lockdown nos feriados judaicos de setembro, quando as famílias tendem a visitar os avós, para romper a cadeia de contágio. Um lockdown é visto como último recurso e sua restrição aos feriados teria um impacto menor sobre a economia, disse uma autoridade do Ministério das Finanças.
“Se as pessoas forem vacinadas o mais rapidamente possível, então não haverá necessidade de um lockdown”, disse a autoridade, que pediu para não ser identificada. “Analisamos os gráficos diariamente e, no momento, há vacinas suficientes para todos aqueles que quiserem uma dose, duas ou três.”