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Como são feitos os contratos de vendas de café?
21/10/2022 / 14:52
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Como é feita gestão financeira do café, uma cultura tão importante economicamente e que a nível mundial, tem um consumo crescente a cada ano? Como são acordadas as negociações? Saiba mais

O momento em que o mercado deseja comprar café não é o mesmo momento em que o cafeicultor quer e pode vendê-lo. Enquanto você degusta aquele cafezinho gostoso, feito no coador ou na prensa francesa, explicamos melhor 

Quando se trata de contratos de venda de café, existem dois mercados que precisam ser muito bem estudados: O mercado físico e o mercado futuro. O café pode ser comercializado em ambos de diferentes formas.

 

O mercado físico onde se pode comercializar qualquer produto e obter imediatamente o dinheiro por ele em cada transação. O mercado futuro, por sua vez, diz respeito à Bolsa de Valores. 

Como são as vendas de café pelo Mercado Futuro?

Cafeicultores e investidores dependem de fatores como clima, câmbio e cenário econômico para estabelecer um valor sobre o café que será vendido, não no momento em que se deseja tê-lo mas em um futuro próximo, quando for colhido.

Assim, os preços são pré-definidos e tornam-se dependentes do valor que se é esperado no futuro. Assim,  o café é vendido pelo preço que se acredita que ele custará, quando o contrato de venda vencer.

Contratos de venda de café no Mercado Futuro 

Como tais negociações ocorrem na Bolsa de Valores, os contratos tendem a seguir sempre um padrão. Ou seja, todos os investidores têm a certeza de que estão comprando o produto nas mesmas condições.

Por exemplo: Café Arábica, 200 sacas de 80kg, com cotação em dólar por saca de 80kg, com mês de vencimento no contrato. Os meses de vencimento serão março, maio, julho, setembro ou dezembro.

Lembrando que nestes contratos no Mercado Futuro, é negociado o café cru em grão nas sacas. 

 

Proteção e fonte de renda

Para cafeicultores e investidores, fechar contratos de vendas de café pelo Mercado Futuro é garantir a proteção  e fonte de renda.

Para o cafeicultor, esse contrato significa proteção, uma vez que deseja fechar a venda do café enquanto cresce na lavoura, evitando perdas e garantindo assim que o mesmo lhe dê um retorno. 

Já para o investidor significa uma fonte de renda, uma vez que o mesmo pode aproveitar as especulações de mercado para tentar lucros sobre o preço pago na lavoura, tentando a curto e médio prazo obter uma vantagem no mercado com o preço da saca.

E quais as desvantagens deste tipo de contrato?

As vantagens são que, qualquer pessoa que disponha de um bom capital e deseje investir no café, sem precisar comprar uma fazenda, plantar, ter todo o trabalho que o cafeicultor, poderá investir nos contratos de mercado futuro e pagar pelas sacas, no intuito de revendê-las a um preço bem melhor. 

Não é necessário portanto mudar-se para lavoura para fazer do café um estilo de vida. Desta forma, se um investidor consegue a certeza de ter 200 sacas de café, em março de 2023, pagando hoje por elas R$ 9.800,00, ele pode conseguir pelas mesmas 200 sacas, em 2023, um valor bem maior, como por exemplo R$ 200 mil reais de retorno.

O cafeicultor não perde e o investidor também sai ganhando. Contudo, o Mercado Futuro também sofre oscilações. Como dito anteriormente, clima, crises econômicas, baixas da demanda podem recair sobre os preços. 

Por exemplo, se as mesmas 200 sacas vendidas inicialmente a um preço pré-definido de R$ 9.800,00, na hora do vencimento estiverem valendo menos, o investidor terá que pagar o valor combinado em contrato.

Por isso é sempre importante acompanhar a cotação do café na Bolsa e procurar a opinião de quem entende do assunto, além de estudar bem o segmento, para fazer um bom negócio para ambas as partes.