Os pacientes que apresentaram a forma grave e foram internados com Covid-19 no Complexo Hospitalar de Patos são acompanhados e monitorados pelo ambulatório Continuar Cuidando, mesmo após a alta hospitalar.
A iniciativa do Governo da Paraíba, adotada ainda em 2020, funciona na unidade de saúde desde agosto, atendendo semanalmente essas pessoas. O Ambulatório Continuar Cuidando já atendeu cerca de 120 pacientes com sequelas nas cidades de Patos, Cajazeiras e João Pessoa.
O médico Pedro Augusto, que atua na linha de frente do setor Covid do Complexo, diz que esse acompanhamento pós-alta é muito importante.
“Uma das coisas que a gente tem que prestar bastante atenção são os efeitos futuros do Covid, pois a gente se depara muitas vezes com pacientes com déficit neurológicos, cognitivos, fraqueza muscular, dores articulares e são pessoas que não tinham isso antes da doença. E o pior de todos é o quadro respiratório crônico, essa fibrose pulmonar que o paciente pode virar um paciente dependente de oxigênio”, esclarece o médico.
Para Pedro, esse acompanhamento é fundamental, não apenas nos PSFs, mas também nos ambulatórios especializados no acompanhamento destes pacientes.
A chefe do Núcleo de Enfermagem, Sefora Cândida Vasconcelos, explica que quando o paciente recebe alta do setor de isolamento Covid, o prontuário dele é cadastrado no sistema do projeto e as informações são repassadas para uma equipe multiprofissional que vai através da telemedicina fazer a primeira triagem desse paciente e agendar o dia para o retorno.
“As consultas geralmente acontecem nas quintas-feiras no ambulatório Covid e no momento da consulta o médico identifica se há necessidade do paciente fazer algum exame como, por exemplo, uma tomografia, exames laboratoriais, ecocardiograma e o que se fizer necessário para avaliação atual do paciente. Em seguida, o médico traça a conduta necessária e encaminha o paciente de volta ao seu município”, explica Sefora.
O médico Diego Varela, responsável pelos atendimentos de pacientes pós-alta Covid no Complexo, lembra que essa doença viral, de acometimento pulmonar, pode deixar sequelas ocasionando sintomatologia respiratória grave mesmo após a alta hospitalar.
“Desta forma, esses pacientes, após o período inflamatório e mesmo após a pronta recuperação parcial ou total da sintomatologia, necessitam, após a alta, de um acompanhamento ambulatorial que lhes dê a assistência e restauração completa da saúde, não só com o acompanhamento médico, mas também fisioterápico entre outros”, afirma, complementando que no ambulatório de egressos é possível monitorar esses pacientes que já estão em casa, ajudando para que eles não necessitem de internamento posterior à alta.
“Além de reduzirmos a ocupação de leitos por uma eventual reincidência dos problemas, com o serviço do ambulatório nós ainda diminuímos de forma considerável a mortalidade destes pacientes”, finaliza o médico.