O congelamento de óvulos é um avanço da medicina reprodutiva que vem ganhando cada vez mais espaço entre as mulheres brasileiras. Segundo dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio/Anvisa), em 2023 foram congelados 111.413 óvulos no país – um aumento de 96,5% em relação a 2020. A técnica permite armazenar óvulos para uso futuro, oferecendo uma alternativa segura para quem deseja adiar a maternidade.
Apesar da popularização, ainda existem mitos e informações equivocadas sobre o assunto. Segundo o ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana Dr. Guilherme Carvalho (CRM-7011-PB), a decisão de congelar óvulos deve ser tomada com base em informação e planejamento. “O procedimento não é uma forma de enganar o relógio biológico, mas sim de ganhar tempo para decidir sobre a maternidade com mais segurança”, reforça.
Quando o congelamento é indicado, o método pode ser recomendado em diferentes situações, como:
Antes de decidir pelo procedimento, é fundamental passar por avaliação médica, de preferência com um profissional que tenha experiência na área de reprodução humana. O diagnóstico inclui exames para verificar a reserva ovariana — como o hormônio antimülleriano e a ultrassonografia transvaginal —, além de análise do estado geral de saúde e alinhamento de expectativas realistas sobre taxas de sucesso.
A idade é um fator determinante para os resultados. O ideal, segundo o especialista, é que o congelamento seja realizado até os 35 anos, quando a qualidade dos óvulos é maior. Ainda assim, o procedimento pode ser feito após essa faixa etária, embora com menor taxa de sucesso. No Brasil, o limite legal vai até o início da menopausa, que geralmente ocorre entre 45 e 50 anos, dependendo da avaliação médica.
O valor varia conforme a clínica e a cidade, mas, no Brasil, o investimento inicial — que inclui estimulação ovariana, coleta e congelamento — fica entre R$15 mil e R$25 mil. Há ainda a taxa anual de manutenção, que costuma variar de R$800 a R$ 1.500.
O Dr. Guilherme Carvalho também esclarece alguns equívocos comuns:
Para o especialista, informação e acompanhamento médico especializado são indispensáveis para que a mulher tome uma decisão consciente. “O congelamento de óvulos é um recurso valioso, mas cada caso deve ser avaliado individualmente para definir o momento ideal e as expectativas reais”, conclui.
Sobre Dr. Guilherme Carvalho – Médico formado pela Universidade de Pernambuco (UPE), atua há mais de 15 anos na Paraíba. Professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e presidente do Instituto Paraibano de Ensino em Ginecologia e Obstetrícia – IPEGO. Possui residências médicas em Reprodução Humana e Ginecologia e Obstetrícia pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP. Também tem pós-graduação em Reprodução Humana pelo Hospital Sírio Libanês, referência nacional na área da saúde. Nutrólogo, se destaca pelo atendimento humanizado e ampliado no tratamento feminino, sendo coordenador do Instituto de Saúde Integrada da Mulher (Instituto Sim).