Um novo impasse pode se formar entre o Botafogo-PB e o Governo da Paraíba. O ex-presidente e atual conselheiro do clube, Raimundo Nóbrega, acusou o Executivo estadual de tentar ocupar parte do terreno do Centro de Treinamento Maravilha do Contorno, em João Pessoa, para a construção de uma Policlínica, sem autorização da diretoria do clube.

De acordo com Raimundo, o Governo teria incluído no projeto 1,6 hectare da área, o que representa cerca de 20% do terreno total. O conselheiro afirmou que o espaço pertence ao Botafogo-PB há décadas e classificou a ação como “desrespeitosa, oportunista e irregular”.

“A ocupação da Maravilha do Contorno pelo Governo do Estado é desrespeitosa, oportunista e irregular. Cabe ao Conselho Deliberativo preservar esse patrimônio do clube”, declarou Raimundo.

Segundo ele, o edital da obra já foi publicado, e o Estado se apresenta como proprietário do terreno, o que o clube contesta. O dirigente afirmou ainda que o Governo chegou a propor acordos sobre o uso da área, mas que nenhum compromisso teria sido cumprido antes da divulgação do edital.

Em tom de crítica política, Raimundo comparou a situação com a recente sanção da Lei nº 13.945, que reconheceu o Treze Futebol Clube, de Campina Grande, como patrimônio histórico e cultural da Paraíba.

“Enquanto o Governo protege o patrimônio do Treze, em Campina Grande, quer tomar parte do terreno do Botafogo em João Pessoa. É um gesto político que causa indignação à torcida botafoguense”, afirmou.

O conselheiro também questionou a escolha da Maravilha do Contorno como local para a construção, argumentando que o Estado possui outros terrenos disponíveis em bairros como Mangabeira, Valentina e Mandacaru.

A Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan), responsável pela publicação do edital e dos documentos técnicos do projeto, afirmou que não está a par da situação e informou que o Major Luciano, citado por Raimundo como membro da Comissão Permanente de Patrimônio do Estado, não faz parte da Suplan.

Na mensagem que circula em aplicativos, Raimundo relatou que em dezembro do ano passado, o Major Luciano procurou a diretoria do clube para comunicar que o terreno seria considerado área pública estadual, alegando que o Botafogo-PB teria negligenciado o espaço e permitido invasões.

O conselheiro rebateu, afirmando que, se o Governo realmente fosse o proprietário, caberia a ele impedir as ocupações e registrar as ocorrências.

Até o momento, a diretoria atual do Botafogo-PB não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

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*com informações do Arena Correio