Comumente é exaltada a sintonia existente entre o desenvolvimento dos mercados imobiliários e turísticos em João Pessoa, assim como em qualquer destino com tais potenciais. Essa quase simbiose gera natural interdependência entre os setores, justificado pelo fato incontestável de a maioria dos negócios imobiliários nos bairros nobres da Capital e de Cabedelo ter passado a ser realizada com pessoas oriundas de outros Estados da federação ou estrangeiros.
Para o advogado e corretor de imóveis Glauco Morais, a imagem que a Paraíba levou décadas para consolidar requer hoje uma atenção especial e estratégica no sentido de mantê-la em evidência através da reafirmação da tranquilidade para se viver, da preservação dos atrativos naturais, da expansão da sua rica gastronomia, da qualificação dos serviços prestados, dentre outros atributos.
Mola propulsora de vários setores
Ele lembra que a indústria do turismo, a dita “sem chaminé”, enquanto mola propulsora de diversos outros setores da economia, inclusive o imobiliário, é a mesma que exige atenção contínua e planejada para que não haja a auto degradação.
“É fato que os moradores de qualquer destino turístico consolidado são os maiores beneficiados e ao mesmo tempo prejudicados com tamanho desenvolvimento, em face das oportunidades de incremento social e econômico gerados com a atividade, mas também com os impactos negativos a partir, por exemplo, do caos verificado na mobilidade urbana”, destaca.
Nesse contexto, ao atentar ainda para o quesito “segurança pública”, Glauco lembra recente fato trágico ocorrido na calçadinha do Cabo Branco, em plena luz do último dia 12, consagrado às crianças, por si só, é capaz de refletir como estopim indesejado ao gerar uma imagem que não queremos e nem admitiremos para nossa pacata “Porta do Sol”.
“Não podemos aceitar novas ocorrências e a difusão de uma realidade que historicamente não nos pertence: João Pessoa não é e nem será uma cidade violenta. Os poderes constituídos em todas as esferas, inclusive militares, devem permanecer chamando para si as responsabilidades e adotar medidas a princípio emergenciais em razão de uma altíssima temporada que se descortina como a que irá gerar o maior fluxo de visitantes da história de João Pessoa e de todo o litoral paraibano. A violência que assola outras capitais do nordeste brasileiro, a exemplo de Natal e Salvador, tem encontrado barreiras em solo paraibano e é nesse sentido que todos devemos lutar”, alerta.
Debate encabeçado por mercado imobiliário
E acrescenta que o trade turístico e as entidades da cadeia produtiva e do mercado imobiliário precisam encabeçar esse debate e contribuir com a formatação de ações coordenadas no sentido de pensar o destino que queremos ser. Um destino sustentável, vendido em experiências e sensações, só persiste na prateleira do mercado com ações de segurança pública reconhecidamente consolidadas.
“Continuemos chamando o feito à ordem. Estar-se-á aqui a tratar da vida econômica de milhares de paraibanos que atuam em mercados inter-relacionados ou que dependem, total ou parcialmente, do fluxo turístico alcançado após décadas entre erros e tentativas de acertos”, conclama.