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CPI investiga denúncias de até R$ 296 mil mensais em propina no Ministério da Saúde
19/07/2021 / 18:30
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Uma nova linha de investigação da CPI da Pandemia apura a denúncia de pagamentos irregulares mensais de até R$ 296 mil a políticos e servidores ligados ao Ministério da Saúde.

O suposto esquema de propina teria começado em 2018, durante a gestão Temer, e foi denunciado por uma ex-servidora do ministério. Segundo informações obtidas pelo UOL, a previsão era de que o esquema durasse por cinco anos. A denúncia foi discutida em uma reunião de senadores independentes e de oposição, realizada no dia 6 de julho, na casa de Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI.

Os repasses teriam tido início durante a gestão do então ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), atual deputado federal e líder do governo na Câmara. Ele seria, inclusive, um dos beneficiados pelas irregularidades. Barros nega as acusações.

O esquema estaria rendendo cerca de R$ 296 mil mensais a ele e outros dois envolvidos, que receberiam o mesmo valor, além de quase R$ 99 mil por mês ao ex-diretor de Logística do ministério, Roberto Dias.

De acordo com os membros da CPI, a articulação teria começado quando Barros extinguiu a Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), empresa estatal responsável pela distribuição de vacinas e outros insumos. O órgão existiu por 20 anos.

No lugar da Cenadi, Barros assinou um contrato de 5 anos por um valor total de R$ 592.733.096,15 com a empresa VTC Operadora Logística Ltda, conhecida como VTCLog.

Contratada pelo ministério, a companhia privada passou a assumir a responsabilidade pelo armazenamento, controle e distribuição de todas as vacinas, medicamentos, soros e demais insumos entregues pelo Governo Federal a estados e municípios.

De acordo com um parlamentar da CPI ouvido pelo UOL, testemunhas disseram aos senadores que a operadora contratada seria, na verdade, um meio para desviar recursos, inclusive durante a pandemia do novo coronavírus.

Caso o suposto pagamento mensal tenha ocorrido, a quantia que teria sido concedida irregularmente a políticos e servidores somaria R$ 59,2 milhões – 10% do total do valor estabelecido no contrato com a  VTCLog.

Esse valor, dividido pelos 5 anos contratados, renderia, por mês, cerca de R$ 990 mil aos envolvidos. Um décimo do valor (ou R$ 99 mil) ficaria com Roberto Dias.

As denúncias que chegaram aos ouvidos dos senadores apontam que Dias se encontrava “constantemente” com a CEO da empresa VTCLog, Andreia Lima Marinho.

Questionado sobre as acusações, Ricardo Barros disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não recebeu de maneira direta ou indireta recursos financeiros da VTCLog.

A empresa, por sua vez, alega que que não praticou “nenhum ato ilícito” e que, “até agora”, não recebeu “pelos serviços prestados”. “Nunca houve pedido de propina de ninguém do ministério à VTCLog”, disse em comunicado.

Por causa dessa suspeita, a VTCLog será um dos novos focos da CPI da Covid, informaram dois senadores da cúpula do colegiado e um da oposição ao portal UOL.

A empresária Andreia Lima Marinho teve o pedido de convocação feito pelo senador Randolfe Rodrigues aprovado, mas ainda não foi definida uma data para ouvi-la.

Da Redação com informações do UOL