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Criminosos roubam fotos e vídeos de crianças nas redes sociais para alimentar mercado de pedofilia
08/07/2024 / 12:28
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Imagem: Reprodução

Pais, mães e familiares gostam de postar fotos e vídeos de crianças felizes, brincando, dançando, estão por toda parte nas redes sociais. Em tese, não há nenhum problema nisso. Porém, o que pouca gente sabe é que existem bandidos à procura de material para distorcer, manipular e espalhar no submundo da pedofilia.

De acordo com uma investigação do Fantástico, que durou quatro meses, foram desvendados códigos dos abusadores, como eles se comunicam, e foi descoberto, ainda, um mercado de lives criminosas, muitas vezes negociadas pela própria família da vítima.

‘Dói na alma’

O influenciador digital Jonas Carvalho começou a mostrar a rotina dos filhos Eloá, de 3 anos, e Davi Lucca, de 2 meses, nas redes sociais depois de ficar desempregado.

“Eu comecei gravando rotina. Então, era tudo. Gravava dando a primeira papinha, o primeiro passo, a compra do supermercado. Um conteúdo voltado à família, que para mim é tudo. Só que a internet é um perigo. Os comentários, às vezes, passam de ser maldade. Assédio. Essa é a palavra, assédio. Muitos comentários. ‘Perdoa minha pequena, Raulzito’, e algumas pessoas que me acompanham começaram a me mandar o significado, que eu não sabia. Dói na alma. Dói, e o meu desabafo é no choro”, conta.

Os comentários que assustaram o Jonas são, na verdade, palavras-chave, códigos de pedófilos. Abusadores usam essas expressões para marcarem fotos de crianças que chamam a atenção deles nas redes sociais.

A princípio parecem inofensivas. Como, por exemplo, “perdoe, pequena” – que é uma fala de um famoso vilão em um filme de super-herói, sem nenhuma conotação sexual. Um outro código é “errei, fui Raulzito” que faz referência a um influenciador digital que está preso por crimes sexuais contra menores.

Jonas e a filha dele foram vítimas de quem usa essas práticas. O Fantástico acompanhou salas de bate-papo e grupos de trocas de mensagens para mostrar como o comércio de imagens de crianças ocorre livremente na internet.

Atualmente, Jonas já toma alguns cuidados ao postar fotos ou vídeos com a sua filha nas suas redes sociais. 

“Mudei um pouco meu conteúdo. Já não gravo mais ela de frente descendo escorregador. Está descendo no sofá ali, a roupa assim, né? Levantou um pouquinho, eu já corto, coloco um borrão na frente. Graças a Deus, meus vídeos têm alertado a muitos pais”, conta o influenciador digital.

F5online com informações do G1