A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta terça-feira (13) sobre os impactos permanentes da fome sobre uma geração inteira de crianças na Faixa de Gaza, em meio a uma crise humanitária agravada pelo bloqueio israelense desde março de 2025. Segundo Rik Peeperkorn, representante da OMS para os Territórios Palestinos Ocupados, a desnutrição aguda entre crianças é alarmante, com casos de crianças de cinco anos aparentando ter apenas dois anos e meio devido à gravidade da desnutrição.
A situação é crítica: pelo menos 55 crianças já morreram devido à fome. A OMS dispõe de suprimentos para tratar apenas 500 crianças, um número insuficiente diante da magnitude da crise.
O bloqueio imposto por Israel, que visa pressionar o Hamas, tem impedido a entrada de alimentos, combustível e medicamentos, resultando em uma crise alimentar sem precedentes. De acordo com o relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), 93% da população de Gaza enfrenta insegurança alimentar aguda, com 244 mil pessoas já em nível catastrófico, número que pode chegar a 470 mil até setembro de 2025.
A destruição de mais da metade das terras agrícolas de Gaza comprometeu a produção local de alimentos, agravando ainda mais a situação. Além disso, a escassez de água potável e a superlotação nos abrigos aumentam o risco de doenças infecciosas, como diarreia e pneumonia, que se tornam fatais em crianças desnutridas.
A OMS destaca que, sem acesso a alimentos nutritivos, água limpa e cuidados de saúde, uma geração inteira de crianças em Gaza pode sofrer consequências permanentes, como atraso no crescimento e prejuízos cognitivos. A organização apela por uma ação humanitária urgente para evitar uma catástrofe ainda maior.