O consumidor tem o direito de comprar alimentos em boas condições de uso, o que deve ser garantido pelos supermercados, mas também precisa tomar alguns cuidados extras durante as compras. Além de se organizar para o uso do vale-alimentação, é preciso estar atento à higiene geral do estabelecimento e suas dependências, como prateleiras e gôndolas, e conferir informações sobre validade e tabela nutricional nos rótulos dos produtos.
O momento das compras pode ser prazeroso para uns e desafiador para outros. Seja qual for o estado de ânimo na hora de ir ao supermercado, o ambiente expõe ao consumidor diversos corredores, gôndolas e quiosques, que podem reduzir a sua atenção na hora de cumprir à risca sua lista de compras.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão responsável por estabelecer práticas e regras que devem ser seguidas pelos supermercados para que os consumidores tenham acesso a produtos de qualidade. As resoluções tratam da higienização dos equipamentos, utensílios e instalações. Abordam, ainda, preparo, armazenamento, acondicionamento, transporte e exposição dos itens nos estabelecimentos comerciais.
Entidades como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Procon estabelecem orientações sobre os principais cuidados que devem ser adotados na hora de comprar alimentos. As recomendações vão desde a observação da limpeza do lugar, passando pela conferência da descrição do alimento, até a organização do carrinho.
A primeira dica do Idec é verificar a definição do alimento na embalagem, que deve estar localizada próxima ao nome do produto. Essa conferência é importante para que o cliente tenha ciência do que está consumindo. Produtos feitos de néctar, por exemplo, costumam ser mais baratos, mas contam com uma porcentagem mais baixa de suco em comparação ao suco integral da fruta.
A segunda principal precaução apontada pelo Idec é a necessidade de observar os prazos de validade e denunciar às autoridades competentes quando a mercadoria estiver vencida ou sem essa informação legível. É preciso também fazer as contas e ver se o produto não corre risco de vencer antes de ser consumido, já que é comum supermercados realizarem promoções para vender itens com data de validade próxima ao vencimento.
Alimentos congelados ou resfriados devem ficar para o final das compras, conforme recomendação do Procon/SP, mantendo a temperatura adequada para que não estraguem. Vale ainda verificar se equipamentos como refrigerador ou freezer estão fazendo poças de água, placas de gelo sobre a superfície ou embalagens transpiradas. Essas são situações indicativas de problemas no armazenamento.
Depois da compra, os alimentos precisam ser levados diretamente à refrigeração o mais rápido possível. Outra dica é separar produtos de limpeza e higiene dos gêneros alimentícios ao colocá-los no carrinho de compras.
Na hora de selecionar produtos do setor hortifrúti, evite apertar verduras, legumes e frutas. Isso porque, além de prejudicar a conservação da comida, pode contaminá-la.
Antes de comprar esses alimentos, assim como bolos e pães, é preciso conferir se as embalagens são adequadas.
Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, há uma relação direta entre alimentação, saúde e bem-estar. Nesse sentido, a recomendação é substituir produtos prontos para consumo e industrializados por alimentos naturais, de origem vegetal ou minimamente processados. Conforme o Guia, essas mudanças previnem consequências como o desequilíbrio da oferta de nutrientes e a ingestão excessiva de calorias.
De acordo com a OMS, a composição ideal para uma alimentação saudável varia conforme as características de cada indivíduo. Contudo, alguns princípios básicos permanecem os mesmos. Assim, mantenha no carrinho de compras frutas, verduras, legumes, nozes e cereais integrais e priorize alimentos com gorduras não saturadas e com menos açúcar.
O Procon/SP elenca alguns aspectos importantes que devem ser observados antes de levar determinados produtos para casa. Leite e derivados, como queijos, manteigas e iogurtes, precisam ser conservados sob refrigeração de 0°C a 5 °C, exceto os embalados tipo longa vida.
Além disso, não devem ser adquiridos frios ou laticínios que não contenham o carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). No Estado de São Paulo, esse símbolo pode ser substituído pelo carimbo do Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP).
A atenção também deve ser redobrada com conservas e enlatados. Para mais segurança, orienta-se escolher produtos que contenham algum tipo de lacre em suas tampas e verificar se ele não está violado. As conservas precisam ficar em locais ventilados, sem a incidência de luz do sol, já que o calor pode provocar a deterioração do produto.
Já as embalagens das bebidas têm que contar com lacre e este deve estar inviolado, sem vazamento ou rachaduras. Caixas fechadas, por sua vez, devem estar secas, e as latas sem vazamento.