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Brasileira presa no Camboja enfrenta superlotação e problemas de saúde
20/10/2025 / 18:28
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Foto: Reprodução/Daniela Marys/Facebook

Daniela Marys de Oliveira, natural de Minas Gerais e residente em João Pessoa, Paraíba, encontra-se detida na prisão Provincial de Banteay Meanchey, no Camboja, sob a suspeita de tráfico de drogas. A família alega que ela foi vítima de um esquema de tráfico humano. Daniela viajou para o país depois de conseguir uma oportunidade de emprego em janeiro deste ano e deve ser julgada no dia 23 de outubro.

A brasileira aceitou uma vaga temporária de telemarketing, após não conseguir outras oportunidades na Paraíba. Apesar do combinado com a mãe de manter contato constante por mensagens e vídeos, sinais estranhos começaram a surgir.

Nos primeiros dias, as imagens enviadas já despertaram suspeitas, pois o local era isolado e estranho, com beliches e poucas pessoas. Em março, golpistas teriam assumido o controle dos dispositivos de Daniela e passaram a enviar mensagens pedindo dinheiro à família, alegando rescisão contratual.

Pouco depois de enviar o dinheiro, a mãe recebeu uma ligação de Daniela, que relatou ter sido detida injustamente por tráfico de drogas. Segundo a filha, três cápsulas de droga foram encontradas no banheiro e usadas para acusá-la, embora ela tenha alegado que essas cápsulas foram plantadas depois de se recusar a participar de um esquema de golpes na internet. Desde então, a brasileira se encontra presa e já apresenta problemas de saúde, segundo sua mãe.

A prisão em que Daniela está detida apresenta um histórico alarmante de superlotação. De acordo com a mãe, Myriam, a cela onde a filha se encontra abriga cerca de 90 mulheres, muito acima da capacidade ideal. Dados da mídia local indicam que as penitenciárias do Camboja operam com 200% de sua capacidade, com um aumento de 23% no número de detentos. Em dezembro de 2024, aproximadamente 75% das pessoas presas estavam em regime de prisão preventiva, sem julgamento formal.

Além da superlotação, a penitenciária também enfrenta problemas recorrentes de inundações. A região onde está localizada frequentemente é atingida por tempestades, que em 2020 resultaram na evacuação de mais de 1.600 prisioneiros. Historicamente, a prisão já teve que transferir detentos devido a enchentes que elevaram o nível da água a alturas preocupantes.

O Itamaraty afirmou que está ciente do caso e realizando gestões junto ao governo cambojano, mas não forneceu detalhes sobre as ações específicas. Em 2024, o Ministério das Relações Exteriores prestou assistência a 63 brasileiros em situações de tráfico de pessoas, com 41 casos no Sudeste Asiático.

A família de Daniela continua buscando apoio do governo brasileiro e expressa preocupação com a saúde e segurança da brasileira, que está presa há sete meses e aguarda seu julgamento.