O senador Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito neste sábado (1º) presidente do Senado. Ele substitui Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no cargo e comandará a Casa e o Congresso Nacional pelos próximos dois anos.
Alcolumbre recebeu o apoio de 11 partidos, em uma aliança que inclui o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele obteve 73 votos, contra 4 do Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e 4 de Eduardo Girão (Novo-CE).
Natural de Macapá (AP), David Samuel Alcolumbre Tobelem tem 47 anos, é casado e pai de dois filhos. De origem judaica, foi comerciante e chegou a cursar Ciências Econômicas no Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP), mas não concluiu a graduação.
Começou a carreira política em 2001, quando foi eleito pelo vereador de Macapá, pelo PDT, aos 24 anos, sendo o mais jovem da capital amapaense. Dois anos depois, conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados, onde ficou por mais dois mandatos consecutivos.
Se filiou ao extinto PFL em 2006. No ano seguinte, o partido se tornaria Democratas e, posteriormente, União Brasil, resultado da fusão com o PSL.
De 2009 a 2010, se licenciou do mandato de deputado federal para assumir a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos de Macapá, durante a gestão de Roberto Góes.
Alcolumbre foi eleito para o Senado pela primeira vez em 2014, com 131 mil votos. Na Casa, coordenou a bancada do Amapá por três vezes, e foi relator setorial do Orçamento da União em 2018, na área da Educação. Também presidiu as comissões de Desenvolvimento Regional e Turismo (2015-2016) e de Meio Ambiente (2017-2018) e foi vice-líder do governo Temer (MDB) e da oposição à Dilma Rousseff (PT).
Em 2018, concorreu ao governo do Amapá, mas acabou na terceira posição, com 23,75% dos votos válidos.
No retorno ao Senado, em fevereiro de 2019, foi escolhido presidente da Casa por 42 parlamentares em uma eleição conturbada e na qual conseguiu desbancar o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que já havia comandado o Congresso Nacional duas vezes.
Alcolumbre tentou ser reeleito em 2021, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) negou sua recondução. Influente, o amapaense conseguiu fazer de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seu sucessor e tornou-se presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa.
Fora da presidência, foi o relator do projeto de lei que criou o Programa de Pleno Pagamento de Dívida dos Estados (Propag). Alcolumbre é considerado um bom negociador, com trânsito facilitado entre a base governista e a oposição.