Ícone do cinema mundial e um dos maiores símbolos da cultura pop do século 20, a atriz e cantora francesa Brigitte Bardot, que morreu neste domingo (28), aos 91 anos, deixou um patrimônio estimado em US$ 65 milhões (cerca de R$ 360 milhões). Os números são apontados pela imprensa internacional, já que não há dados oficiais divulgados pela família.

Mesmo tendo se afastado definitivamente do cinema ainda na década de 1970, Bardot construiu e manteve sua fortuna ao longo dos anos por meio de royalties de filmes, direitos autorais, músicas gravadas, livros e investimentos imobiliários.

Patrimônio milionário e imóveis na Riviera Francesa

Uma parte expressiva da fortuna de Brigitte Bardot estaria concentrada no setor imobiliário. O imóvel mais emblemático é a mansão La Madrague, localizada em Saint-Tropez, no sul da França. Comprada no fim dos anos 1950, a residência se tornou um dos endereços mais famosos da Riviera Francesa e chegou a despertar o interesse de celebridades, como a cantora Amanda Lear.

Além de La Madrague, Bardot possuía outros imóveis na região, avaliados em conjunto em cerca de US$ 8 milhões (aproximadamente R$ 44 milhões).

Fortuna pode não chegar integralmente ao herdeiro

Apesar do patrimônio milionário, grande parte da fortuna acumulada por Bardot pode não chegar integralmente ao seu único filho, Nicolas-Jacques, fruto do casamento com o ator Jacques Charrier, com quem foi casada entre 1959 e 1962.

Segundo o biógrafo Yves Bigot, em declarações à imprensa francesa, a atriz teria comprometido boa parte de seus recursos para manter a Fundação Brigitte Bardot, criada em 1986 e dedicada à defesa dos direitos dos animais. A própria mansão La Madrague teria sido hipotecada para garantir recursos destinados às ações da entidade.

Relação conturbada com o filho

Brigitte Bardot teve uma relação difícil com a maternidade. Nicolas-Jacques nasceu em 1960, mas foi criado pela família paterna. Mãe e filho só retomaram contato décadas depois, em 1996.

“Não fui feita para ser mãe. Adoro animais e crianças, mas nunca fui adulta o suficiente para cuidar de uma criança“, declarou Bardot em entrevistas ao longo da vida.

Casamentos, romances e vida pessoal

Ao longo da vida, Bardot se casou quatro vezes: com Roger Vadim (1952–1957), Jacques Charrier (1959–1962), Gunter Sachs (1966–1969) e Bernard d’Ormale, seu marido desde 1992.

Conhecida pelo temperamento impulsivo, também viveu romances com nomes famosos, como o cantor Sacha Distel e o ator Warren Beatty.

“Sempre busquei paixão. Quando ela acabava, eu fazia as malas“, afirmou a atriz.

Do cinema ao ativismo animal

Bardot se aposentou do cinema em 1973, aos 39 anos, e passou a dedicar sua vida integralmente à causa animal. Vegetariana convicta, financiou campanhas de esterilização, resgates e ações internacionais. Em uma dessas iniciativas, chegou a doar mais de £ 90 mil para ajudar cães abandonados em Bucareste.

A atriz também ameaçou deixar a França e se mudar para a Rússia após um zoológico francês se recusar a tratar dois elefantes doentes.

Polêmicas e controvérsias

Apesar do reconhecimento por sua atuação humanitária, a imagem de Brigitte Bardot também foi marcada por polêmicas. Em 2004, ela foi condenada por incitação ao ódio racial em um livro. Além disso, seu apoio público à extrema direita francesa, especialmente à política Marine Le Pen, reacendeu debates sobre sua figura pública.

“Bardot é Bardot. Ela desafia qualquer definição“, resumiu a escritora Marie-Dominique Lelièvre, amiga próxima da atriz.

+ Receba as notícias do F5 Online no WhatsApp