A saúde pública será um dos grandes desafios para a próxima gestão municipal em Campina Grande, um município visto como referência em diversas áreas e que ainda precisa aprimorar alguns pontos em relação ao que o Sistema Único de Saúde (SUS) trata como atenção básica de saúde.
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De acordo com dados referentes ao primeiro quadrimestre deste ano, obtidos pelo F5 Online através do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), do Ministério da Saúde, Campina Grande obteve um percentual abaixo de 40% da meta estabelecida referente a “proporção de pessoas com diabetes, com consulta e hemoglobina glicada”. O alcance foi de apenas 16% da meta, segundo o Sisab.
Outros indicadores ficaram entre 40% e 69% da meta, a exemplo das proporções de: gestantes com atendimento odontológico realizado (32%), mulheres com coleta de citopatológico na Atenção Primária à Saúde (21%) e pessoas com hipertensão, com consulta e pressão arterial aferida (26%).
A Rainha da Borborema, como é conhecida Campina Grande, não conseguiu registrar grandes diferenças entre as notas obtidas pelo município e as metas estipuladas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que é um indicador nacional que tem como objetivo medir a qualidade do ensino no Brasil.
Nas duas últimas avaliações referentes aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Campina Grande obteve nota 5,2 (meta 5,1) em 2021 e dois anos depois, simplesmente empatou a nota com a meta (5,4). Até então, o município sempre registrou figurou com boas notas.
Já com relação aos Anos Finais do Ensino Fundamental, o município não alcançou a meta estipulada para 2023 em 4,3. A nota registrada foi 4,2.
Para o ano de 2025, o prefeito Bruno Cunha Lima e seus secretários terão à disposição um orçamento de R$ 2,2 bilhões (valor 11,7% maior do que o de 2024). Pelo menos é o que prevê a Lei Orçamentária Anual (LOA).
As áreas com maior investimento serão a Saúde (R$ 607 milhões); Educação (R$ 551 milhões); Administração (R$ 96 milhões); Previdência Social (R$ 235 milhões); Obras (R$ 253 milhões) e Finanças (R$ 163 milhões).
Outros segmentos que também receberão investimentos importantes são: Assistência Social (R$ 30 milhões); Finanças (R$ 163 milhões); Cultura (R$ 14 milhões); Juventude, Esporte e Lazer (R$ 11 milhões); e Agricultura (R$ 17 milhões).
Um dos pontos críticos é a gestão de resíduos sólidos. O aumento no volume de lixo, impulsionado pelo crescimento populacional, pressiona o sistema de coleta e tratamento. Ampliar programas de reciclagem e evitar descartes irregulares são ações indispensáveis para evitar o agravamento do problema. Paralelamente, é essencial trabalhar na conscientização ambiental para engajar a população em práticas mais sustentáveis.
Outro desafio crucial está na preservação dos recursos hídricos. Em uma região semiárida, a dependência do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) torna urgente o uso responsável da água e o combate ao desperdício. A segurança hídrica é vital para sustentar a cidade, especialmente diante de períodos de estiagem.
A arborização urbana também exige atenção. Embora alguns avanços tenham sido feitos, muitas áreas da cidade carecem de cobertura vegetal adequada. Além de melhorar o conforto térmico, árvores ajudam a mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promovem um ambiente mais saudável.
A educação ambiental também se mostra um elemento importante neste cenário. Práticas sustentáveis e a apresentação dos impactos no meio ambiente, são essenciais para construir uma cidade mais verde e resiliente.
Com uma população em expansão e um tráfego cada vez mais intenso, Campina Grande lida com problemas que vão desde o aumento do número de veículos nas ruas até a carência de infraestrutura adequada para pedestres e ciclistas. De acordo com dados do Ministério dos Transportes, Campina Grande possui 222.978 veículos.
Apesar de avanços pontuais, como a implantação de ciclovias em áreas específicas, a malha cicloviária de Campina Grande ainda é insuficiente para atender às necessidades dos ciclistas. Da mesma forma, pedestres enfrentam dificuldades com calçadas mal conservadas, falta de acessibilidade e travessias inseguras.
A gestão do transporte público também apresenta desafios significativos. Linhas de ônibus lotadas, atrasos e uma cobertura limitada em bairros periféricos prejudicam a eficiência do sistema e desestimulam seu uso. Para muitos moradores, o transporte coletivo não é uma opção viável, levando ao aumento da dependência de transporte por aplicativo e também a modalidade de moto-táxi.
Esta reportagem faz parte da série produzida pelo F5 Online sobre os desafios que municípios paraibanos terão que enfrentar em 2025, período em que iniciarão novas gestões do poder público municipal, seja com prefeitos reeleitos ou novos prefeitos.