O mercado de trabalho seguiu aquecido no segundo trimestre deste ano, com uma taxa média de 5,8% – a menor da série histórica – e 18 estados registrando queda no período. Ainda assim, persistem desigualdades entre as localidades. Pernambuco segue com a maior taxa do país (10,4%) e é o único estado a amargar dois dígitos, tendo ficado estável em relação ao trimestre anterior. Na outra ponta, Santa Catarina atingiu o menor índice da série histórica, iniciada em 2012: caiu de 3% para 2,2%.
Os dados são da Pnad Contínua Trimestral e foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.
— O mercado de trabalho continua forte. Houve redução da taxa de desocupação em todas as regiões do país — afirmou William Kratochwill, analista da pesquisa, a jornalistas.
Segundo o IBGE, 12 das 27 unidades da federação registraram a menor taxa de desemprego da sua série histórica no segundo trimestre. Entre elas estão: Amapá (6,9%), Rio Grande do Norte (7,5%), Paraíba (7%), Alagoas (7,5%), Sergipe (8,1%), Bahia (9,1%), Minas Gerais (4%), Espírito Santo (3,1%), São Paulo (5,1%), Santa Catarina (2,2%), Rio Grande do Sul (4,3%) e Mato Grosso do Sul (2,9%).
Os números também apontam o nível de qualidade dos postos que vem absorvendo os profissionais. Entre os empregados do setor privado, 74,2% têm carteira assinada. Santa Catarina (87,4%), São Paulo (82,9%) e Rio Grande do Sul (81,2%) são os estados que lideram a lista. Já Maranhão (53,1%), Piauí (54,5%) e Paraíba (54,6%) têm as menores proporções.
O tempo de procura por emprego também diminuiu. O número de pessoas desempregadas caiu em todas as faixas analisadas pela pesquisa em comparação a igual trimestre do ano passado. Entre aquelas que buscam trabalho há dois anos ou mais – o chamado “desemprego de longo prazo”, o contingente recuou 23,6%, chegando a 1,3 milhão de pessoas. Foi o menor para um segundo trimestre desde 2014.
A renda média do trabalho chegou a R$ 3.477, recorde da pesquisa, e cresceu tanto em relação ao trimestre anterior quanto ao mesmo período de 2024. O Sudeste foi a única região com alta relevante em termos estatístico, com alta de 1,8% do primeiro para o segundo trimestre, alcançando R$ 3.914.
As desigualdades, porém, permanecem. No segundo trimestre, o desemprego foi de 4,8% entre homens e 6,9% entre mulheres. Na análise por raça ou cor, a taxa ficou abaixo da média nacional para brancos (4,8%) e acima para pretos (7,0%) e pardos (6,4%).
— A população branca historicamente tem a menor taxa de desemprego — analisou Kratochwill.
O desemprego também foi mais alto entre pessoas com ensino médio incompleto (9,4%), quase o triplo do observado para quem concluiu o ensino superior (3,2%).
Com informações do jornal O Globo