O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado neste domingo (1º), é um marco global para combater o preconceito e a desinformação em torno da Aids e do HIV. A data, estabelecida em 1988 pela ONU e pela OMS, surgiu cinco anos após a descoberta do vírus HIV, que causa a doença. Desde então, o dia é usado para conscientizar sobre a urgência de superar desigualdades no acesso à prevenção e ao tratamento.
A escolha de 1º de dezembro remonta à 3ª Conferência Internacional de Aids, realizada em 1987 em Washington (EUA), onde milhares de ativistas e pessoas vivendo com HIV se reuniram para exigir maior visibilidade. Naquela época, o silêncio era sinônimo de morte para muitos. Um ano depois, a data foi oficializada pela ONU como um símbolo de luta pelos direitos das pessoas afetadas.
Cenário na Paraíba e ações em João Pessoa
De janeiro a novembro de 2024, a Paraíbaregistrou 781 novos casos de HIV e igual número de diagnósticos de Aids, segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). João Pessoa lidera o ranking estadual com 406 casos de HIV e 98 de Aids, seguida por Campina Grande.
O estado apresentou uma redução no número de óbitos relacionados à Aids, caindo de 162 mortes em 2023 para 143 em 2024, o que equivale a um coeficiente de mortalidade de 3,5 óbitos por 100 mil habitantes.
A Campanha Dezembro Vermelho, iniciada nesta semana, busca conscientizar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento gratuito, oferecido pelo SUS.
Importância da testagem e adesão ao tratamento
A testagem regular é fundamental para o diagnóstico precoce, como destaca Ivoneide Lucena, gerente operacional de Condições Crônicas e IST da SES:
“Muitas pessoas convivem com o HIV sem saber. Orientamos que, especialmente após relações desprotegidas, o teste seja feito a cada seis meses.”
Atualmente, 9.376 pessoas fazem uso da terapia antirretroviral no estado, disponibilizada em 14 serviços especializados. Segundo a infectologista Júlia Chaves, a adesão ao tratamento pode tornar o vírus indetectável, reduzindo significativamente o risco de transmissão.
Métodos de prevenção
Além do preservativo, métodos como a profilaxia pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP) estão disponíveis no SUS, ampliando as possibilidades de prevenção. “Essas profilaxias, associadas a outros métodos, são ferramentas eficazes na luta contra o HIV/Aids e outras ISTs”, explica Chaves.
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