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Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha tem show de MC Soffia em João Pessoa
24/07/2024 / 13:35
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MC Soffia sobre mulheres no rap: ‘Se a porta não abrir, a gente arromba’ – Foto: Divulgação

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha será comemorado na Paraíba com show de MC Soffia, nesta sexta-feira (26). A abertura fica por conta da performance de DJ Acarajow, que se apresenta ao lado de MC’hirlla. O evento gratuito começa às 20h e tem como palco o Teatro de Arena do Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.

A ação é uma realização do governo do estado por meio da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher e Diversidade Humana (Semdh), como parte da programação do Mês da Mulher Negra.

MC Soffia é um dos principais nomes da nova geração do hip-hop nacional. Nascida em 2004, na zona oeste da capital paulista, filha e neta de produtores culturais militantes do movimento negro de São Paulo, frequentou desde bebê o mundo da política e das artes. Desde cedo, aos 13 anos, começou a elaborar suas próprias composições. Os estudos sempre foram prioridade em sua vida, ao mesmo tempo em que construía sua trajetória política e cultural. É conhecida pelas letras de suas canções, que falam sobre distorções sociais graves, como preconceito, racismo, machismo e que incentivam outras garotas a se amarem do jeito que são. O hit “Menina Pretinha” viralizou nas redes sociais quando ainda era criança.

Acarajow é jornalista e pesquisadora de música negra. Sua curadoria musical é feita a partir das referências que ouviu no bairro onde cresceu, uma comunidade periférica localizada na cidade de Bayeux. A partir dessa vivência, traz no seu trabalho referências de músicas que nasceram nos guetos do mundo, passeando pelo reggae, soul music, afrobeat, jazz, samba, rhythm and blues, rap, funk, trap, brega, brega funk e forró de favela. Constrói uma narrativa que coloca a música negra como centro, acreditando na música como elemento transformador e feliz.

Mc’hirlla é rapper, poetisa, produtora cultural, ativista social e trancista. Se dedica à luta contra todo tipo de preconceito e pela igualdade social e de gênero, representando as mulheres e as pessoas LGBTQIAP+. Participa no movimento Hip Hop como MC e poetisa marginal desde 2018 até os dias atuais.

Data

A definição do 25 de julho como Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi feita a partir de 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, com a realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas. No Brasil, a data virou Lei nº 12.987/2014 e foi sancionado pela ex-presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Tereza de Benguela foi uma líder quilombola, viveu durante o século 18. Com a morte do companheiro, Tereza se tornou a rainha do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho e a população (79 negros e 30 índios) foi morta ou aprisionada.

Assim como Tereza, outras mulheres foram e são importantes para a nossa história. Com trabalhos impecáveis e perseverança, elas deixaram um legado, que cabe reverenciarmos e visibilizarmos a emancipação das mulheres negras, como forma de homenagear, Antonieta de Barros, Aqualtune, Theodosina Rosário Ribeiro, Benedita da Silva, Jurema Batista, Leci Brandão, Chiquinha Gonzaga, Ruth de Souza, Elisa Lucinda, Conceição Evaristo, Maria Filipa, Maria Conceição Nazaré (Mãe Menininha de Gantois), Luiza Mahin, Lélia Gonzalez, Dandara, Carolina Maria de Jesus, Elza Soares, Mãe Stella de Oxóssi, entre tantas outras.