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“Diálogo já teve muito”, diz João Azevêdo sobre impasse na greve da UEPB
27/11/2025 / 11:47
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João Azevêdo sobre greve da UEPB: “Diálogo já teve muito”

Durante solenidade de boas-vindas aos estudantes contemplados pelo programa Casa do Estudante – Bolsa Permanência, na manhã desta quinta-feira (27/11), o governador João Azevêdo (PSB) voltou a comentar a greve dos docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que já ultrapassa dois meses. O gestor afirmou que o Estado tem mantido diálogo constante com a categoria e que já apresentou propostas para tentar solucionar o impasse, mas ressaltou que a origem da demanda não é responsabilidade do governo.

Azevêdo lembrou que, ao assumir o Executivo, encontrou pendências referentes às progressões de servidores da UEPB — professores e técnicos — acumuladas de gestões anteriores. Segundo ele, a atual administração passou a repassar recursos extras para permitir a atualização das progressões atrasadas. “Do nosso período, não há nenhum problema”, destacou.

O governador explicou que a greve atual está ligada a uma ação judicial movida pelos servidores contra a universidade — e não contra o Estado. Ainda assim, a gestão estadual se dispôs a assumir a dívida para viabilizar um acordo.

A proposta do governo segue o mesmo modelo aplicado em precatórios: deságio de 40% e parcelamento, inicialmente sugerido para 60 meses. A pedido das categorias, o prazo foi sendo reduzido até chegar aos 24 meses, condição que Azevêdo disse ter aceitado. Os técnicos administrativos já concordaram com o acordo; parte dos professores, não.

“É preciso que haja compreensão de que o Estado está assumindo uma dívida que não é dele e que está disposto a pagar cerca de R$ 40 milhões para resolver isso. Agora, diálogo já teve muito. O secretário Gilmar já recebeu várias vezes, o secretário Fábio também. A decisão é da categoria”, afirmou.

Outro ponto levantado pelos grevistas é a suposta violação da lei de autonomia universitária. Azevêdo rejeitou a acusação e afirmou que os repasses são feitos dentro da legalidade.

“O duodécimo é transferido rigorosamente. Além disso, fazemos suplementações ao longo do ano e convênios via Secretaria de Ciência e Tecnologia e Fapesq”, disse. O governador acrescentou que jamais interferiu na abertura ou fechamento de cursos. “A universidade tem total autonomia administrativa e financeira.”

A paralisação dos professores da UEPB começou oficialmente em 22 de setembro de 2025, e já soma mais de dois meses de suspensão das atividades nos oito campi da instituição.

As principais reivindicações da categoria são:

• pagamento retroativo das progressões funcionais;
• recomposição salarial, com reposição da defasagem acumulada;
• realização de novos concursos públicos para docentes efetivos;
• garantia do respeito à autonomia financeira e administrativa da universidade.

Desde o início da greve, a categoria promoveu atos públicos e solicitou negociações diretas com o governo e a reitoria. Apesar de propostas de acordo — como a apresentada em 4 de novembro, com parcelamento em 24 vezes —, os docentes rejeitaram as ofertas, alegando que se tratam de soluções parciais e insuficientes para a amplitude das reivindicações.

Além disso, há movimentação no Legislativo: a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou a formação de uma comissão de deputados para acompanhar a formação de uma mesa tripartite — Governo, reitoria e categoria — na tentativa de retomar negociações.

Até o momento, contudo, segundo relato de representantes da greve, a reitora e secretários não voltaram a se reunir com docentes desde a proposta de novembro, e a greve permanece.

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