O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, negou haver uma “censura prévia” ao show de Roger Water no Brasil pelas performances com roupas de estilo nazista que o ex-vocalista do Pink Floyd faz durante suas apresentações. Dino afirmou que que caso exige análise. Uma reportagem publicada neste sábado (10) no jornal O Globo afirma que Dino teria dito ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux que Roger Waters poderia ser preso no Brasil, caso vestisse o suposto uniforme nazista durante o show no 2º semestre deste ano.
Em seu perfil no Twitter, Dino explicou que a prática de apologia ao nazismo é crime e que norma vale para “todos que aqui residam ou para cá venham”. Contudo, destacou que caso a caso é analisado.
“Ainda não recebi petição sobre apologia a nazismo que aconteceria em show musical. Quando receber, irei analisar, com calma e prudência”, escreveu Dino em seu perfil no Twitter.
Em outra publicação, o ministro disse que, no atual momento, cancelamentos e declarações radicais “só servem para fortalecer a extrema-direita e propiciar o seu retorno ao poder”.
Em apresentação em 17 de maio, em Berlim (Alemanha), Roger Waters chamou a atenção do público depois de subir ao palco vestindo um sobretudo de couro preto com uma braçadeira vermelha com 2 martelos cruzados –e não uma suástica.
A polícia alemã iniciou uma investigação criminal para apurar a suspeita de incitação ao ódio público. O uso e a exibição de símbolos nazistas, incluindo a suástica e a insígnia da SS, é ilegal na Alemanha, com exceções para fins educacionais e em contextos artísticos.
Waters, no entanto, afirma que o figurino era uma referência ao personagem “Pink” da ópera rock “The Wall” –álbum do Pink Floyd que faz críticas ao regime nazista e ao período pós-2ª Guerra Mundial (1939-1945). “A representação de um fascista desequilibrado sempre fez parte dos meus shows desde o The Wall, em 1980″, afirmou o artista.