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Doença X: Quatro anos após a COVID-19, o mundo se prepara para uma possível nova pandemia
03/05/2024 / 18:19
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Foto: reprodução

À espera de uma possível nova epidemia, cientistas exploram pesquisas para preparar o mundo para um novo vírus ainda desconhecido. Enquanto o mundo ainda enfrenta os desafios impostos pela pandemia de COVID-19, cientistas seguem pesquisando as possibilidades de futuras pandemias de vírus respiratórios.

Um estudo recente sobre padrões de interações sociais e estratégias de saúde não apenas lança novos alertas sobre como lidar com futuras pandemias, mas também destaca a importância da ciência e da colaboração da população no mundo na proteção da saúde.

O estudo, elaborado por pesquisadores da UFES, da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), apresentou em março deste ano os resultados de uma pesquisa que desenvolveu amostras de um padrão de interações sociais que servirá potencialmente para ajudar nas próximas pandemias e epidemias de doenças causadas por vírus respiratórios.

Os pesquisadores observaram que estratégias não farmacológicas, como o isolamento ou o distanciamento social forte, como o uso de máscaras (em especial a chamada peça facial filtrante, PFF2), foram de grande importância para conter a disseminação da doença e de infectados por novas variantes do vírus. Com isso, os pesquisadores estabeleceram subsídios para a discussão de políticas de saúde e prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS), visando uma abordagem mais centrada no enfrentamento à COVID-19 e suas diversas mutações, além de outras síndromes respiratórias agudas.

O Portal F5 Online conversou com o infectologista Dr. Fernando Chagas, que enfatiza a importância de entender os padrões de interação social e de implementar estratégias eficazes de saúde pública para mitigar os efeitos devastadores de outras futuras pandemias.

Foto: Arquivo Pessoal/ Fernando Chagas- Médico Infectologista

“Os sistemas de saúde pública devem estar mais do que nunca preparados para enfrentar desafios semelhantes no futuro. Embora a pandemia de COVID-19 tenha sido uma lição dolorosa, ela também oferece uma oportunidade única para aprender e se preparar para o futuro. A COVID-19 nos trouxe a necessidade de investir em pesquisas que tenham resposta rápida para garantir que a sociedade esteja melhor preparada para lidar com crises de saúde pública.”

Além disso, o infectologista destaca a necessidade de implementar medidas preventivas eficazes, como o distanciamento social e o uso de máscaras, e de estar preparado para responder rapidamente a surtos futuros. “A ameaça de novas pandemias de vírus respiratórios é real e a preparação é fundamental para proteger a saúde da população.”

Quatro anos após a eclosão do primeiro caso de COVID-19, a possibilidade de uma nova pandemia se descortinar diante de nossos olhos preocupa a comunidade científica. A edição mais recente do Fórum Econômico Mundial, realizada em janeiro deste ano, discutiu em um de seus painéis os riscos de uma nova doença global. Apelidada de “doença X” pela Organização Mundial de Saúde, o novo vírus ainda é um mistério. Isso porque não se trata de uma ameaça concreta, de uma doença já em circulação, mas sim de um risco eventual.

“O que se sabe, segundo a comunidade cientifica, é que esse vírus pode provocar 20 vezes mais mortes do que a pandemia de coronavírus”, disse Chagas.

O que é a Doença X?

Segundo o infectologista que conversou com o Portal F5 Online, o termo “Doença X” foi criado pela própria OMS na tentativa de preparar o mundo para uma nova doença epidemiológica, como foi a COVID-19, que pode ser causada por um patógeno atualmente desconhecido.

“Ela é uma doença, a próxima que vai aparecer, porém não sabemos qual ela é, mas sim que ela existe e que a população deve estar preparada para isso”, disse.

Mas ainda não há motivos para pânico, diz Fernando Chagas. Ele ressalta que no contexto dessas descobertas é importante lembrar que a comunidade científica, a saúde pública e os líderes mundiais estão muito mais preparados hoje para uma resposta a futuras crises de saúde pública, e ressaltou a importância de políticas de saúde pública baseadas em evidências científicas sólidas e da colaboração internacional na prevenção e controle de pandemias.

“Hoje nós já sabemos como as pandemias se propagam e como as medidas de saúde pública são importantes para evitar danos maiores. Precisamos compreender e enfrentar os desafios das futuras pandemias de vírus respiratórios, elas sempre ocorreram no mundo e vão continuar a acontecer”, concluiu.