Além de ser a melhor cachaça do mundo, título concedido no Concours Mondial de Bruxelles, um dos mais rigorosos e reconhecidos, internacionalmente pela independência e rigor no processo de degustação, a cachaça paraibana Boa do Brejo – categoria cristal – também tem uma capacidade físico-química e microbiológica incomparável com as demais existentes no mercado brasileiro.
Ela se destaca por ser limpa, saudável e sem concentração de metais pesados, a exemplo do cobre, chumbo e do carbamato de etila, compostos cancerígenos. Quem atesta isso é o Laboratório paulista Biomade Soluções Biotecnológicas, conveniado com o Ministério da Agricultura.
Nas análises de cachaças a acidez permitida pode chegar até 150 mg/100 ml em ácido acético. A Boa do Brejo surpreende e apresenta 20 mg/100 ml. “O resultado da acidez volátil para a cachaça é um indicativo de possíveis problemas relativos à fabricação, a exemplo do controle do tempo e temperatura”, dizem os especialistas no assunto.
O empresário Cícero Ricardo, idealizador da Boa do Brejo, está colhendo os frutos da rigidez com que lidera a empresa. Ele é conhecido pela exigência e obstinação pela questão de prezar pela qualidade.
“Sou rigoroso na colheita da matéria-prima, no tipo e no método de condução do processo fermentativo. Nas práticas tecnológicas, nas operações unitárias envolvidas no processamento, na destilação e no envelhecimento”, destaca o empresário, acrescentando que a Boa do Brejo é diferenciada e acredita que por isso “caiu no gosto popular e também dos especialistas no mundo inteiro”.
História
A Cachaça Boa do Brejo surgiu no Engenho São Pedro, antigo Mofo, fundado em 1961, pelo senhor Valdo Pompeu. Em 2018, o empresário Cícero Ricardo adquiriu o Engenho, que se encontrava nas mãos Paulino Arantes, que vendia a produção a granel, e iniciou o processo de modernização dos equipamentos e instalações, seguindo todo protocolo legal e sanitário.
Ao assumir a marca, Cícero Ricardo focou na escolha da variedade ideal da cana de açúcar combinando com as áreas de plantio, pois como no vinho o terroir também influencia muito na qualidade da matéria prima.
Foram dois anos de reestruturação do projeto com reforma, preparativos para um inovador modelo de colheita da cana-de-açúcar e as licenças legais para funcionamento por parte de órgãos como Ministério da Agricultura, Sudema, Ibama, entre outros.
Em 2020 a nova estrutura finalmente foi inaugurada com uma produção de 60.000 litros de cachaça. O resultado foi surpreendente pois a exigência do novo dono ao permitir a utilização apenas do “coração”, separando as frações da ‘cabeça’ e da “cauda”, trouxe um resultado inigualável entre as cachaças da Paraíba e um sabor extremamente macio e suave surpreende degustadores brasileiros no primeiro instante e depois jurados mundo afora.
Atualmente a produção anual é limitada a 120.000 litros de cachaça e utilizada apenas a cana de açúcar do engenho.
O Engenho São Pedro possui várias nascentes de água, local para trilha a pé, através de floresta nativa e alguns pontos interessantes, a exemplo da pedra do grito (conta-se que no mês de maio escutam gritos nessa pedra), a casa da bruxa (uma casa de taipa no meio da floresta), a trilha das águas, passeio a cavalo, dentre outros.
Localização em Areia – Paraíba
O Engenho está localizado na cidade de Areia (PB), numa tríplice fronteira, entre os municípios de Areia, Pilões e Alagoinha. É aberto à visitação, com a condição de se respeitar o meio ambiente e as normas internas de segurança.