O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) publicou em seu perfil no Instagram o vídeo de um encontro com o cantor Gilberto Gil, em que pede desculpas, em nome do povo gaúcho, pelas “ofensas absurdas” proferidas pelo vereador de Caxias do Sul Sandro Fantinel (sem partido) contra os baianos.
“Rio Grande do Sul teve um episódio triste na semana passada, um vereador que falou dos baianos […] A gente lamenta muito isso”, iniciou o governador. “E como você é um representante muito mais da Bahia, do Brasil todo, mas a baianidade que você tem, vim aqui para em seu nome poder pedir desculpas por esse absurdo que ele falou e destacar que não representa o povo gaúcho.”
Durante sessão da Câmara Municipal na última terça-feira (28), o vereador Sandro Fantinel falou sobre a operação que resgatou 208 trabalhadores de exploração análoga à escravidão na cidade vizinha, Bento Gonçalves (RS), e aconselhou produtores da região a não contratar “mais aquela gente lá de cima” e em vez disso, buscar mão de obra de argentinos. “São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem ao patrão”, disse o vereador.
Ele também afirmou que “em nenhum lugar do estado, na agricultura, teve um problema com um argentino ou com um grupo de argentinos. Agora, com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema”.
Acusado de xenofobia, o vereador postou um vídeo em que diz estar arrependido dos comentários proferidos. Ele também disse que sua esposa tem recebido mensagens de ofensa e pensa em lhe deixar. “Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam o que eu penso e sinto pelo povo da Bahia e do Norte e Nordeste”, disse Fantinel em vídeo compartilhado nas redes sociais.
Na última quinta-feira (2), a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aceitou, por unanimidade, a abertura do processo de cassação do mandato do vereador Sandro Fantinel após as declarações em que ele minimizou o trabalho análogo à escravidão no estado e ofendeu trabalhadores baianos.
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