Em seu penúltimo dia no cargo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, nesta sexta-feira (30), um pronunciamento transmitido ao vivo por suas redes sociais.
Durante sua live de despedida, ele criticou pela primeira vez a ação de George Washington de Oliveira, que foi preso em flagrante suspeito de colocar uma bomba em um caminhão na região do Aeroporto Internacional de Brasília.
Bolsonaro disse que “nada justifica essa tentativa de ato terrorista”. “Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão”, acrescentou, enquanto também criticava a classificação do suspeito como “bolsonarista”.
“Hoje em dia se uma pessoa aí comete um deslize, crime ou fazer algo reprovável pela sociedade, ou que não está de acordo com as leis, é bolsonarista”, disse o presidente.
Em seu depoimento à polícia, George Washington de Oliveira revelou que foi para Brasília após o segundo turno das eleições portando armamentos para se juntar ao grupo acampado em frente ao Quartel General (QG) do Exército em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os planos, de acordo com ele, foram discutidos entre 22 e 23 de dezembro e incluíam explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília e, na sequência, fazer uma denúncia anônima sobre a presença de outros dois explosivos na área de embarque.
Outra sugestão era, também, instalar uma bomba na subestação de energia Taguatinga “para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que daria início à decretação do estado de sítio”, em suas palavras.
A bomba, afirmou, foi construída por ele com uma dinamite também pertencente a ele. O paraense viu pela TV que os policiais encontraram antes os explosivos do aeroporto.
Entre as armas que ele contou ter lavado consigo do Pará a Brasília estavam, além das dinamites, duas escopetas, dois revólveres, três pistolas, um fuzil e mais de mil munições.
Ele afirmou ter licença para possuir todas elas, exceto as dinamites. “Em 2021 eu tirei minhas licenças para adquirir armas (CR e CAC) de desde então gastei R$ 160 mil na compra” de armamentos, contou.
“O que me motivou foram as palavras do presidente Bolsonaro que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘um povo armado jamais será escravizado‘.”
Bolsonaro ainda lamentou o falecimento de Pelé, que morreu nesta quinta (29) aos 82 anos em São Paulo.
“Em meu primeiro mandato, tive contato com ele, tive o prazer de conversar alguns minutos com ele. Pessoa simples, mas que levou o nome do Brasil aos quatro cantos do mundo. Hoje o mundo todo chora o passamento do Pelé”, declarou.
“Ontem publiquei três dias de luto oficial pelo passamento do nosso rei Pelé. A mãe dele é viva, tem 100 anos, não sei como que está a saúde dela. Mas a pior coisa que pode acontecer com um ser humano é ver o filho ir embora. Então, que Deus conforte os familiares, os amigos e todos os brasileiro”, acrescentou.
Se dirigindo a seus apoiadores, o presidente disse: “Não vamos achar que o mundo vai acabar no dia 1º.”
Ele também negou a ideia de “vamos para o tudo ou nada”. “Não tem ‘tudo ou nada”, declarou antes de pedir que seja feita oposição com “inteligência” ao futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“[Vamos] mostrar que somos diferentes do outro lado”, completou.
Com informações da CNN