Lewis Hamilton e Max Verstappen terão o último encontro antes de definir a temporada de Fórmula 1 de 2021. Empatados com 369,5 pontos, eles chegam à última etapa fazendo contas simples: quem estiver à frente no circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi, após a bandeirada final, será o campeão. A prova começa às 10h (de Brasília) e terá transmissão da Band.
Para o piloto britânico, a busca é por recordes: se vencer, se tornará o maior campeão da Fórmula 1 de forma isolada com oito títulos — superando os sete do alemão Michael Schumacher. Já o holandês tenta a primeira conquista da carreira, o que faria a Red Bull voltar a levar um campeonato desde 2013 — na ocasião, Sebastian Vettel se tornou tetracampeão mundial — e cortaria a sequência de títulos de Hamilton, que vem desde 2016.
Hamilton e Verstappen decidem o que, para muitos, é o campeonato mais disputada da história da Fórmula 1. Esta será apenas segunda vez na história da categoria em que dois pilotos chegam empatados à corrida — a anterior aconteceu em 1974, quando Emerson Fittipaldi e Clay Regazzoni foram a Watkins Glen, nos Estados Unidos, com 52 pontos cada um. O piloto brasileiro conquistou o bicampeonato.
— Eu posso ver a pressão que eles terão. Cada um deles: Lewis, Max, os times, a família, patrocinadores, até os fãs. É uma pressão tremenda ir para a última corrida com igualdade de pontos. Será como um duelo, um contra o outro. Todos os outros que estarão lá estarão apenas observando o que vai acontecer. Mas a corrida vai ser entre os dois. Posso imaginar como eles ficarão ansiosos — afirmou o brasileiro.
No treino classificatório, Verstappen teve um desempenho melhor. Com 1min22s109, fechou a volta mais rápida do circuito dos Emirados Árabes Unidos e obteve a pole position. Hamilton ficou em segundo, 0s371 mais lento do que o rival, e espera ultrapassá-lo até a conclusão das 58 voltas decisivas da temporada. Posteriormente, o holandês provocou o adversário quando questionado sobre a fase dos carros da Mercedes e Red Bull.
— Se eu estivesse no carro dele, a temporada já teria sido decidida há muito tempo. Acho que você deve pensar assim se for um piloto de Fórmula 1 — provocou o holandês.
FIA de olho
A corrida deste domingo está cercada de preocupação por parte da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Se nenhum dos dois pilotos pontuar, seja por terminar abaixo do décimo lugar ou por não completar a prova, Verstappen ganhará o campeonato pelo critério de desempate. Ele tem mais vitórias que Hamilton (10 a 9).
Isso daria margem para uma decisão polêmica provocada por um acidente, o que não seria a primeira vez na fórmula 1. Antes mesmo da corrida, a entidade já avisou que poderá tirar ponto dos pilotos caso alguma irregularidade seja cometida.
Palco da corrida deste domingo, o Circuito de Yas Marina passou por uma série de mudanças para torná-lo mais rápido e mais competitivo. Ainda assim, a primeira colocação se torna estratégica dado o histórico da pista, que não proporcionava grandes chances de ultrapassagem.
Pilotos apostam em Verstappen
Entre os pilotos, quem lidera as apostas é Max Verstappen. O site oficial da F1 questionou 11 corredores que não estão diretamente envolvidos na briga pelo título e o holandês levou a maioria dos votos — de Sebastian Vettel (Aston Martin), Yuki Tsunoda (AlphaTauri), Fernando Alonso (Alpine), Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) e Pierre Gasly (AlphaTauri).
— O coração diz que quero que Max ganhe para manter vivo o recorde de Michael, mas minha cabeça está muito limpa. Que o melhor homem ganhe — afirmou Vettel.
— De certa forma, esta é a minha opinião: a Mercedes merece o campeonato de construtores porque o carro é superior, e Max, talvez no geral no ano, estava um passo à frente de todos — completou Alonso.
Outros cinco pilotos se disseram indecisos ou preferiram não opinar: Mick Schumacher (Haas), Nikita Mazepin (Haas), Daniel Ricciardo (McLaren), Lance Stroll (Aston Martin) e Carlos Sainz (Ferrari). Apenas o inglês George Russell, da Williams, escolheu o compatriota.
— Adoraria ver Lewis vencer. Acho que o que ele conquistou, especialmente recentemente, é bastante excepcional, até mesmo estar na luta quando a Red Bull tinha um carro tão superior no início do ano — declarou Russell.
Informações: O GLOBO