Em um país onde mais de 10 milhões de mulheres lideram os negócios, representando 34% dos empreendimentos nacionais, o empreendedorismo feminino vem como um dos principais motores de transformação social e econômica. Para celebrar esse protagonismo, a Semana Nacional do Empreendedorismo Feminino, instituída pela Lei 14.667, marca novembro como um mês de reflexão, conscientização e valorização da liderança feminina no Brasil.
Suelem Pinto, coordenadora dos cursos de Administração, Gestão de Recursos Humanos e Gestão Comercial do Centro Universitário UNIESP, reforça a importância de iniciativas como essa. “O empreendedorismo feminino vai além dos negócios. É sobre conquistar a independência e a capacidade de transformar a própria realidade e a de suas comunidades. Cada mulher que empreende abre portas para muitas outras”.
Embora o número de mulheres empreendedoras no Brasil tenha crescido significativamente, os desafios persistem. Dados do Sebrae mostram que, mesmo sendo mais escolarizadas e apresentando menor inadimplência, as mulheres enfrentam maiores barreiras no acesso ao crédito, além de lidarem com jornadas duplas que incluem responsabilidades domésticas desproporcionais.
“Um dos maiores desafios para as mulheres empreendedoras é equilibrar múltiplos papéis. Além de gerenciar seus negócios, muitas são responsáveis pela casa e pela família. Essa sobrecarga pode desestimular o sonho de empreender, mas também nos dá uma resiliência única,” explica a coordenadora.
Ela acredita que essas experiências trazem diferenciais importantes para o mercado. “As mulheres possuem habilidades de liderança que superam a técnica. Somos adaptáveis, criativas e empáticas. Sabemos negociar, gerenciar o tempo e discernir prioridades. Essas competências são essenciais para o sucesso no empreendedorismo,” completa.
No Centro Universitário UNIESP, Suelem lidera ações que incentivam o empreendedorismo, especialmente entre as alunas. “Nosso objetivo é oferecer educação prática e orientada para o mercado, preparando as mulheres para enfrentarem os desafios do mundo dos negócios. Trabalhamos com disciplinas e Projetos Práticos como a Mostra de Empreendedorismo que fortalecem habilidades de gestão, planejamento e inovação, para que as alunas saiam daqui prontas para transformar suas ideias em realidade,” ressalta.
Ela destaca ainda o papel das redes de apoio: “A educação é um diferencial, mas o suporte emocional e as conexões também são fundamentais. Por isso, em parceria com o CRA-PB, a APCA-PB e o SEBRAE-PB, promovemos eventos que fortalecem essa rede, permitindo que as mulheres compartilhem suas experiências e aprendam juntas. Além disso, reconhecemos lideranças femininas que têm se destacado em nossa região, inspirando outras mulheres a fazerem a diferença. Quanto ao suporte emocional, também oferecemos acesso gratuito a serviços de psicologia e outros serviços de saúde, por meio da Clínica Escola do Uniesp. Esse apoio é essencial para o bem-estar integral de nossasestudantes.”
Além de valorizar conquistas, a Semana Nacional do Empreendedorismo Feminino busca conscientizar a população sobre os desafios estruturais enfrentados pelas mulheres. “Não basta comemorar; precisamos discutir e propor soluções. O mercado ainda apresenta barreiras marcantes, como preconceitos, desigualdades salariais e falta de reconhecimento. Essa semana é uma oportunidade para ampliarmos o diálogo e reafirmarmos nosso papel como líderes transformadoras,” reflete Suelem.
A data ganha ainda mais relevância com o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, e alinhado ao quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que visa à igualdade de gênero.
“Quando uma mulher empreende, ela impacta toda a sua rede. É um movimento que inspira novas gerações, fortalece comunidades e impulsiona economias. Precisamos incentivar mais mulheres a darem esse passo, mostrando que, apesar dos desafios, é possível transformar sonhos em realidade”, completa.
Segundo a coordenadora, para aqueles que buscam empreender, é importante que não esperem pelo “momento perfeito”. Devem começar com o que têm, buscar capacitação e se cercar de pessoas que os apoiem. O mais importante é não desistir. Cada pequena conquista é um degrau para algo maior.