João Pessoa se firmou como o novo epicentro do empreendedorismo jovem no Brasil. Pela primeira vez, a capital paraibana recebeu o Encontro Nacional de Empresas Juniores (ENEJ) – o maior e mais importante evento do segmento no país –, reunindo centenas de estudantes e lideranças no Centro de Convenções. Sob o tema “Histórias em Movimento”, a edição de 2025 reforçou a força das empresas juniores e consolidou a Paraíba como um dos polos mais promissores do Movimento Empresa Júnior (MEJ) no país, em um encontro realizado no mês de agosto.
Criado em 1993, o ENEJ nunca deixou de ser realizado. A programação inclui palestras magnas, trilhas de conteúdo, feira de negócios e atividades de integração. Entre os destaques em João Pessoa, a participação da cantora e influenciadora Juliette, que falou sobre educação e cultura empreendedora na palestra “Raízes que transformam”.
O Movimento Empresa Júnior é formado por empresas juniores – associações civis sem fins lucrativos criadas dentro das Instituições de Ensino Superior. Nessas organizações, os estudantes executam projetos para clientes reais em sua área de formação e, ao mesmo tempo, administram a empresa como um todo, sendo responsáveis por sua performance. Na prática, cada empresa júnior funciona como um “laboratório empresarial” dentro da universidade, unindo aprendizado prático, liderança e impacto no mercado.
No Brasil, as empresas juniores funcionam como laboratórios de negócios sem fins lucrativos, onde universitários aplicam o conhecimento teórico em projetos reais, orientados por professores. O objetivo é formar profissionais mais preparados, desenvolver competências de gestão e oferecer serviços de qualidade a preços acessíveis para empresas e organizações.
Na Paraíba, esse trabalho é coordenado pela Federação Paraibana de Empresas Juniores (PB Júnior), que reúne e apoia as EJs do estado. “Nossa missão é guiar o voo do bando, formando líderes capazes de impactar a realidade da nossa Paraíba”, afirma Dyovanna Freire Lucena, estudante de Relações Internacionais da UEPB e presidente executiva da PB Júnior.
De acordo com Dyovanna, um dos maiores desafios nos últimos anos foi conquistar espaço e reconhecimento no mercado. “A Federação fortaleceu sua presença institucional, buscou parcerias estratégicas e valorizou ainda mais os resultados da rede. Hoje somos vistos como atores relevantes no desenvolvimento de talentos e no ecossistema empreendedor da Paraíba”, diz. Um exemplo foi a articulação que trouxe o ENEJ para João Pessoa. “Mobilizamos nossa rede, enfrentamos desafios no processo eleitoral e conseguimos levar mais de 400 estudantes para o evento, com acesso a conteúdos exclusivos e contato direto com o mercado”, relata a jovem, que agora é candidata à presidência da Brasil Júnior, instância máxima do movimento.
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A vivência nas empresas juniores amplia a experiência acadêmica ao conectar teoria e prática. Liderança, trabalho em equipe, pensamento crítico, inovação e resiliência são algumas das competências estimuladas pela PB Júnior.
“A graduação traz a base teórica, mas a EJ permite colocar esse conhecimento em prática. O estudante aprende a lidar com clientes reais, gerir equipes, tomar decisões sob pressão e resolver problemas complexos”, explica Dyovanna.
“Buscamos estimular competências essenciais para o futuro do trabalho que refletem diretamente em questões da nossa geração, como: liderança, trabalho em equipe, pensamento crítico, inovação, resiliência e, principalmente, a capacidade de aprender com os erros e transformar ideias em impacto real.”
Os resultados aparecem no mercado. A federação paraibana acumula exemplos de “pós-juniores” que hoje ocupam cargos estratégicos no setor público e privado. Dante Tomei, atual secretário de Turismo do Conde, e Adroilzo Fonseca, coordenador técnico da Semas, são dois dos nomes citados por Dyovanna. “Mas há muitos outros, em multinacionais, empreendendo ou na academia”, reforça.
Com a Paraíba em evidência no cenário nacional, a PB Júnior quer consolidar ainda mais sua rede. “Nos próximos anos, buscamos consolidar ainda mais a rede paraibana como referência nacional. Uma de nossas metas é fortalecer a conexão com o mercado para gerar mais oportunidades de projetos e que mostrem a força dos nossos empresários juniores”, ressalta Dyovanna.
“Nosso objetivo é intensificar as parcerias com empresas, instituições e órgãos públicos, criando oportunidades que aproximem os estudantes do ambiente profissional.”
A federação também acompanha tendências como digitalização de processos, metodologias ágeis, pautas ESG, pluralidade e ambientes inclusivos no mercado.
“Queremos que cada projeto realizado pelas EJs seja uma ponte entre a universidade e a realidade do mercado, contribuindo tanto para a formação dos alunos quanto para o desenvolvimento socioeconômico da Paraíba”, pontua a líder.