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Empréstimos online dinamizam crédito e crescem em meio a ofertas criminosas
14/08/2023 / 12:23
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Uma pesquisa do Índice de Empréstimo FinanZero (IFE) mostra que os brasileiros têm recorrido cada vez mais a instituições financeiras digitais, como fintechs, e cada vez menos aos bancos tradicionais na hora de pedir empréstimos. Entre os entrevistados, em março, que pretendiam pedir empréstimo nos próximos três meses, 67% querem recorrer a algum serviço online, enquanto 38% preferem ir à agência física.

O estudo aponta que as dívidas são o principal motivo para solicitar dinheiro no mercado, citadas por 42,5% das pessoas, seguido pela busca por injetar recursos em um negócio próprio (24%).

No Brasil, no entanto, existem verdadeiras centrais clandestinas de empréstimos consignados que já foram fechadas pelas autoridades devido a realização da prática de forma ilícita, “que se assemelha a agiotagem, ao estelionato e até a formação de quadrilha, afirma Helder Ferrão, gerente de Marketing de Indústrias para a América Latina da Akamai Technologies.

Ele comenta que, em alguns casos, o avanço das tecnologias relacionadas às instituições financeiras é paradoxal.

“Ao passo que novas ferramentas podem surgir e transformar a rotina das pessoas, os criminosos virtuais também acompanham esse movimento e desenvolvem novas práticas maliciosas. Isso vem acontecendo com os empréstimos online, que originalmente vieram para desburocratizar a concessão de crédito e dinamizar a economia, mas acabam sendo usados para aplicar golpes em pessoas e negócios”, diz.

Cuidado com as formas de se cair no golpe

As propostas arriscadas de empréstimo podem chegar por diversos meios, como ligação telefônica, WhatsApp ou até mesmo anúncios físicos espalhados pela cidade.

“Ao abordarem alguém, os criminosos usam a engenharia social para oferecer condições supostamente legítimas e vantajosas, afim de convencer a pessoa. A partir daí, o golpe pode ocorrer de três formas”, explica Helder.

A primeira é por uma espécie de “depósito garantia”, onde pedem um valor adiantado para lidar com taxas e impostos e liberar o empréstimo na hora, incentivando a vítima a transferir valores, que na realidade vão para contas de terceiros.

“A segunda forma que o golpe pode acontecer é pela falsa contratação de consignado, onde utilizam os dados fornecidos pela vítima para solicitar empréstimos sem consentimento ou conhecimento no nome da pessoa. Por fim, há a terceira possibilidade, na qual o ‘atendente’ oferta uma falsa portabilidade de consignado para mudar de instituição financeira e pagar menos taxas e outros encargos. Ao aceitar e informar seus dados, é criado um novo contrato de empréstimo consignado no nome da vítima e o valor recebido desse novo empréstimo vai para a conta de um terceiro no mesmo banco”, explica.

O especialista reforça que qualquer pessoa ou instituição que ofereça empréstimos sem a regulação ou autorização necessária, como a do Banco Central (BC), está fora da lei.