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Energia solar e moto são apostas para fugir de luz e combustível caros
29/12/2021 / 08:53
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As vendas de scooter cresceram 44% nos primeiros 11 meses de 2021, como parte de um movimento de brasileiros em busca de alternativas para reduzir os gastos com combustíveis e energia, diante dos preços recordes provocados pela alta do dólar e pela seca.

Enquanto famílias de baixa renda têm que apelar a soluções mais arriscadas, como cozinhar com lenha ou álcool, consumidores com condições financeiras mais favoráveis investem em soluções mais baratas, como as motos, o gás natural veicular ou o uso da energia solar.

O crescimento da procura por motos deve fazer o setor fechar o ano com o maior volume de produção desde 2015, diz Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

Em outubro, a produção anual ultrapassou a marca de 1 milhão de unidades. Até novembro, foi 1,1 milhão, 26% acima do verificado no mesmo período de 2019, também com impulso do crescimento do comércio digital. Ainda assim, a alta demanda gera hoje uma fila de espera por novas motos que chega a um mês.

“Com o aumento do preço do combustível, a motocicleta virou a melhor alternativa para grande parte da população brasileira com menor renda”, diz Fermanian. “Olhando a motocicleta desde o momento da compra, passando pelo custo de manutenção e o consumo de combustível, há muitas vantagens.”

Em meados de outubro, o preço da gasolina atingiu o maior valor desde que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) passou a divulgar uma pesquisa sobre o tema, em 2002. Seu principal concorrente, o etanol, também disparou.

Para fugir da alta da conta de luz, os consumidores estão apelando a sistemas solares de aquecimento de água ou de geração de energia. No primeiro caso, as vendas cresceram 26% entre janeiro e novembro, diz a Abrasol (Associação Brasileira de Energia Solar Térmica).

“Mais do que em 2001, quando começou a sinalizar apagão, este ano houve um boom na compra do aquecedor solar de água”, diz o presidente da entidade, Oscar Mattos, lembrando que o chuveiro elétrico é um grande vilão do consumo de energia em residências.

A geração de energia solar para residências também disparou, principalmente após o surgimento de um modelo de negócios que compartilha a eletricidade gerada por fazendas solares entre diversos clientes, mesmo que estejam longe dos painéis.

Apenas em 2021, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), quase 29 mil unidades residenciais aderiram a esse modelo. A grande maioria, porém, ainda prefere instalar os painéis na própria unidade consumidora: foram 195 mil conexões deste tipo em 2021, ante 138 mil no ano anterior.

Com informações da Folha