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Especialista esclarece mudanças no rastreio do câncer de colo do útero
22/08/2025 / 10:38
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O Ministério da Saúde aprovou esta semana, em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), as novas Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer de Colo do Útero. A principal mudança é a substituição gradual do exame Papanicolau pelo teste molecular para detecção do DNA do HPV oncogênico, considerado mais eficaz para identificar precocemente lesões precursoras da doença. Segundo o documento, o rastreamento deve ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos, a cada cinco anos, desde que o resultado seja negativo. Casos positivos terão acompanhamento específico, incluindo exames complementares, como citologia e colposcopia. A diretriz também recomenda o uso da autocoleta, especialmente em populações vulneráveis ou com dificuldade de acesso aos serviços de saúde, medida que pode ampliar a cobertura do rastreamento.

O médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana, Dr. Guilherme Carvalho (CRM 7011-PB) explica que até então o principal exame para detecção era o Papanicolau, realizado anualmente em mulheres que já tinham iniciado a vida sexual. “Esse método foi fundamental para salvar milhares de vidas, mas a ciência avançou e agora temos uma alternativa mais sensível e precisa para detectar alterações iniciais: o teste de HPV. O exame é muito mais sensível e permite detectar precocemente as mulheres com risco real de desenvolver câncer de colo do útero. Isso significa salvar vidas, reduzir tratamentos invasivos e tornar o rastreamento mais eficiente e acessível para toda a população”, ressaltou.

Atualmente, o câncer de colo do útero é o terceiro mais frequente entre mulheres no Brasil e responsável por mais de sete mil mortes anuais, com maior incidência nas regiões Norte e Nordeste. O Ministério da Saúde ressalta que, embora a vacinação contra o HPV já esteja disponível no SUS desde 2014, a baixa cobertura vacinal faz com que o rastreamento continue sendo essencial para reduzir a mortalidade. Com as novas diretrizes, o Brasil se alinha às metas globais da Organização Mundial da Saúde (OMS), que busca eliminar o câncer de colo do útero como problema de saúde pública até 2030. Entre as metas estão vacinar 90% das meninas até os 15 anos, rastrear 70% das mulheres com teste de HPV entre 35 e 45 anos e garantir tratamento para 90% das diagnosticadas com lesões precursoras.