O ministro da Educação, Camilo Santana, disse neste domingo (23) que secretários de educação dos Estados pediram para o governo federal não revogar o Novo Ensino Médio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fala em cancelar a reforma, apesar da pressão de entidades que representam educadores e estudantes.
“Os secretários estaduais de educação do Brasil fizeram um ofício, uma carta pedindo para que não revogasse [o Novo Ensino Médio]. Pedindo para que resolvesse os problemas, melhorasse a implantação”, afirmou Santana em entrevista a jornalistas.
Na avaliação do chefe do MEC, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministério foi “omisso” na implantação do modelo. “Aliás, tivemos uma pandemia e o ministério foi omisso na capacitação, na infraestrutura, no apoio, na orientação”.
Em 5 de abril, o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio foi suspenso por 60 dias. Um grupo de trabalho está avaliando os impactos da mudança para propôr melhorias. O objetivo do governo federal, segundo a portaria, é “abrir o diálogo” com a sociedade civil e profissionais da educação.
“É esse debate que nós estamos fazendo. Não queremos nos precipitar em nenhuma decisão para não prejudicar os nossos alunos, os nossos estudantes”, disse Santana.
O cancelamento da reforma é uma demanda de entidades que representam profissionais do setor e de estudantes. Segundo eles, o Novo Ensino Médio amplia as desigualdades com a aplicação dos itinerários formativos. Afirmam que as escolas públicas são prejudicadas pela falta de recursos, especialmente as que ficam em locais mais vulneráveis.
A reforma também determinou um teto de horas para disciplinas de formação geral. Com isso, horas antes utilizadas para aulas de matemática, português e história, por exemplo, foram reduzidas.
Poder360