Estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) marcaram uma manifestação para às 8h desta quinta-feira (10), na Reitoria do Campus I, em João Pessoa. Os alunos pedem o retorno às aulas presenciais após a instituição informar que o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) analisaria a possibilidade de adotar a forma remota ou híbrida no primeiro mês de aulas (21/02 a 20/03/2022). Segundo comunicado enviado à comunidade universitária pela Reitoria, a preocupação é com o aumento nos casos de covid-19 na Paraíba.

A decisão de realizar a manifestação decorre de uma assembleia estudantil que reuniu, virtualmente, cerca de 400 estudantes e integrantes de centros e diretórios acadêmicos nesta terça-feira (8).

Imagem: Divulgação

Estudante do curso de Direito da UFPB, Ezequiel de Medeiros denuncia falta de diálogo por parte da Reitoria com os alunos, no tocante à tomada de decisões que envolve o retorno das aulas presenciais.

“A decisão, discutida às vésperas do retorno previsto, coloca em risco os estudantes, que são o elo mais frágil economicamente e socialmente da universidade. Muitos alugaram apartamentos, fizeram contratos, se mudaram de outros estados, e agora são surpreendidos com essa incerteza em relação ao retorno”, disse Ezequiel ao F5 Online.

O jovem é um dos organizadores do protesto e integra o Movimento Correnteza e a União da Juventude Rebelião (UJR). Para ele, as aulas remotas têm evidenciado, ao longo desses dois anos de pandemia, “um verdadeiro abismo na educação pública no Brasil, e na UFPB não é diferente. Exclusão dos estudantes que não têm acesso aos meios que garantam as aulas remotas, como notebook, internet de qualidade, um espaço de estudos adequado, além de questões de saúde física e mental provocadas pela modalidade. Muito afetada também foi a qualidade do ensino, quando muitas vezes os professores não tiveram o treinamento correto para o ensino remoto, e tiveram que se esforçar muito para garantir boas aulas”, declarou.

Ezequiel destaca que o movimento de estudantes não faz coro com discursos negacionistas.

“Hoje a grande maioria dos estudantes, professores e técnicos administrativos estão com a segunda ou terceira dose, e o debate sobre o retorno seguro passa muito mais por uma política séria por parte da Reitoria, que nesses dois anos de pandemia tem se omitido de aplicar as medidas de biossegurança que garantam o funcionamento da universidade, jogando a responsabilidade para as direções de centro, que pouco podem fazer sem a prerrogativa financeira, e assim a intervenção continuará se não nos manifestarmos. Por isso nosso lema é Retorno presencial seguro para defender a UFPB”, ressaltou.

Distribuição de EPI’s e passaporte da vacina

Além da defesa do retorno presencial, a assembleia de estudantes aprovou a inclusão de novos protocolos sanitários para um retorno seguro. Entre eles, está a necessidade do passaporte vacinal obrigatório e a distribuição de equipamentos de proteção individual, como máscaras N95 e/ou PFF2, além da distribuição de álcool gel para estudantes, professores e técnicos-administrativos.

Também foi defendida a ampliação de profissionais que atuam no Centro de Referência em Atenção à Saúde (CRAS), localizado no Campus I.

UEPB

Na última semana, estudantes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) agendaram protestos para a próxima sexta-feira (11), após a instituição anunciar que irá adiar, pela segunda vez, o início das aulas presenciais. A retomada estava prevista para o dia 14 de fevereiro e foi reprogramada para o mês de abril.