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Estudo com teste de DNA para detecção de HPV tem resultado promissor
30/10/2024 / 11:20 / Agência Brasil
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Foto: José Cruz/Agência Brasil

O rastreamento do HPV no Brasil deve passar por uma transformação importante – o tradicional exame citológico de rotina, conhecido popularmente como papanicolau, será substituído, de forma escalonada, pelo teste de DNA. 

incorporação da tecnologiaao Sistema Único de Saúde (SUS) foi anunciada em março, com base em um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no município de Indaiatuba (SP).

A primeira rodada de cinco anos do estudo mostra resultados promissores do programa de rastreamento de câncer de colo de útero implementado no município entre outubro de 2017 e setembro de 2022 por meio da utilização do teste de DNA para detecção do HPV.

Os números indicam um aumento da detecção de lesões pré-cancerosas em até quatro vezes, enquanto 83% dos casos de câncer foram detectados em estágio inicial.

O estudo foi realizado pelo Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Unicamp e pela prefeitura de Indaiatuba com o apoio da farmacêutica Roche. 

Foram rastreadas, ao todo, 20.551 mulheres, com 58,7% de cobertura e 99,4% de conformidade com a faixa etária alvo do programa, de 24 a 65 anos. A cobertura sobe para 77,8% quando se exclui o período de pico da pandemia de covid-19.

O teste de DNA-HPV foi negativo em 87,2% das amostras, com 6,2% de encaminhamentos para colposcopia e 84,8% de colposcopias realizadas. Um total de 258 lesões precursoras de alto grau e 29 cânceres cervicais (idade média de 41,4 anos, sendo 83% em estágio I) foram detectados.

Como referência, 41.387 testes de citologia ou papanicolau realizados de 2012 a 2016 haviam detectado 36 cânceres cervicais (idade média de 52 anos), sendo 67% em estágios avançados.

Os resultados, tipo publicados na revista científica Nature, revelam que o diagnóstico de câncer de colo de útero em mulheres rastreadas por DNA-HPV em Indaiatuba pôde ser antecipado em dez anos em relação a testes de citologia, como o papanicolau.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor de oncologia do Hospital da Mulher da Unicamp e principal pesquisador do estudo, Júlio Cesar Teixeira, destacou que a tecnologia, além de mais precisa, é “custo-efetiva”.