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‘Eu avisei ao Bolsonaro que carioca no domingo acorda mais tarde’, diz Silas Malafaia
17/03/2025 / 17:01
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Manifestação em Copacabana pede anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro – Foto: Globo/Reprodução

Após a baixa adesão ao ato de apoio a Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, no último domingo (16/3), o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, revelou que havia alertado o ex-presidente sobre a estratégia de realizar manifestações em pleno domingo pela manhã na cidade.

Eu disse para o Bolsonaro que domingo de manhã, no Rio de Janeiro, não é o melhor lugar para se fazer manifestação. Eu avisei ao Bolsonaro: ‘carioca, no domingo, acorda mais tarde, se der praia, piora, tem jogo de Fla-Flu’. Mas ele: ‘não, vamos fazer, vamos fazer. Depois fazemos um em São Paulo'”, disse Malafaia em entrevista ao UOL News, do Canal UOL.

O evento, realizado na praia de Copacabana, reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, segundo dados do Cebrap e da ONG More in Common. Malafaia, um dos organizadores do movimento, contestou os números divulgados. O ato foi uma das várias mobilizações da direita pedindo anistia para os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023.

“Eu não gosto de entrar numa ‘guerra’ com esses números: 100 mil, 200 mil, 18 mil [pessoas]. Primeiro, [dizer que foram] 18 mil é uma afronta à inteligência de qualquer um. Um dia desses, a Anitta fez aqui no Carnaval 600 mil [pessoas]. Pega a nossa imagem, e a imagem disso, [do bloco] da Anitta. Não vi ninguém discutir nada disso.”

“Então, sabe, eu tenho muita dificuldade com a questão de números. Eu sei do seguinte, num domingo de mais de 30 graus, com a final de Fla-Flu, de tarde, no Maracanã, nós tínhamos lá uma multidão de gente. Não tinham dois quarteirões, não, tinham mais do que dois quarteirões [cheios]. Vai me desculpar.”

“Se a esquerda levar metade do que levamos ontem, eu dou um prêmio para eles. Toda a manifestação que o Lula vai, é plateia controlada. Só câmera no palco.”

Durante a entrevista, Malafaia também falou sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para se candidatar à presidência. “Para mim, ele é o segundo cara, depois de Bolsonaro, como liderança. É governador de um magnífico estado de São Paulo, que é uma ressonância no Brasil. Está fazendo um grande governo. Ele é um cara, tem o seu valor gigante, grandioso. Eu gosto dele, tenho um relacionamento bom com ele”, elogiou Malafaia.

Bolsonaro discursou do trio elétrico ao lado de apoiadores como Tarcísio de Freitas, e de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL). Em sua fala, o ex-presidente repetiu o discurso questionando o Supremo Tribunal Federal.

“Só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava no Estados Unidos [no 8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”, afirmou.

“O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, disse.

A manifestação acontece às vésperas da Primeira Turma do Supremo decidir se torna ou não Bolsonaro réu pela trama golpista. O colegiado marcou para o dia 25 de março o julgamento das denúncias da Procuradoria-Geral da República.

De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) , a manifestação em Copacabana teve 18,3 mil pessoas no seu ápice. Em um post nas redes sociais, a Polícia Militar disse que o ato reuniu 400 mil pessoas. Segundo levantamento do Datafolha, 30 mil pessoas estiveram na manifestação.

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