Os Estados Unidos classificaram oficialmente o Clã do Golfo, maior grupo armado ilegal da Colômbia, como uma organização terrorista, conforme comunicado divulgado pelo Departamento do Tesouro nesta terça-feira (16). A medida reforça a abordagem do governo americano em identificar grupos criminosos na América Latina como entidades terroristas.

O Clã do Golfo, que atualmente também se autodenomina Exército Gaitanista da Colômbia, tem sua principal fonte de renda no tráfico de cocaína. Além disso, está envolvido em ataques terroristas no país, conforme afirmou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. “Os Estados Unidos continuarão a usar todas as ferramentas disponíveis para proteger nossa nação e impedir as campanhas de violência e terror cometidas por cartéis internacionais e organizações criminosas transnacionais”, declarou Rubio.

Nos últimos anos, o governo do ex-presidente Joe Biden sancionou os líderes do Clã do Golfo. Atualmente, o grupo e o governo do presidente colombiano Gustavo Petro estão em negociações no Catar visando um acordo de paz para o país, que enfrenta conflito armado há seis décadas. As conversas buscam avanços que sejam irreversíveis antes das eleições presidenciais previstas para 2026.

O principal negociador do governo colombiano indicou que líderes do Clã do Golfo poderiam cumprir pena de prisão em caso de acordo, e que o grupo tenta se posicionar politicamente similar a outros grupos armados da Colômbia. Contudo, analistas indicam que não há evidências de que o Clã possua objetivos políticos concretos.

A designação do Clã do Golfo como grupo terrorista pelos EUA se insere na política americana de combate a organizações criminosas que operam na América Latina, como já ocorreu com o Cartel de los Soles, supostamente ligado ao governo da Venezuela.