Na última quarta-feira (4), os Estados Unidos vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, além de acesso irrestrito à ajuda humanitária. A proposta teve o apoio dos outros 14 membros do conselho, incluindo Reino Unido, França, China e Rússia.
A embaixadora interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, justificou o veto afirmando que o texto não condenava explicitamente o Hamas nem exigia seu desarmamento e retirada de Gaza. Ela argumentou que a resolução poderia prejudicar os esforços diplomáticos liderados pelos EUA para alcançar um cessar-fogo que reflita as realidades locais.
O veto norte-americano gerou críticas de diversos países. O Irã condenou a decisão, classificando-a como uma demonstração de “cumplicidade dos Estados Unidos nos crimes do regime sionista (Israel)”. O Paquistão e a China também expressaram desapontamento, considerando o veto um fracasso moral e político.
A situação humanitária em Gaza continua a se deteriorar. Desde a retomada das hostilidades em março de 2025, após uma trégua de dois meses, cerca de 800 palestinos foram mortos, segundo autoridades locais. O total de mortes desde o início do conflito, em outubro de 2023, já ultrapassa 54 mil, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. A ONU e organizações internacionais criticam a eficácia da Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA e Israel, cuja distribuição de ajuda foi suspensa devido a preocupações de segurança.
A resolução vetada também exigia a libertação imediata e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos. Israel rejeitou os pedidos de cessar-fogo, afirmando que o Hamas não pode permanecer em Gaza. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, criticou os países que apoiaram a resolução, acusando-os de escolher “o apaziguamento e a submissão”.