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SERTÃO: Ex-prefeito, filho e servidores na mira do Ministério Público por fraude em licitações 
12/07/2024 / 15:41
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Mirante Santana de Mangueira – Foto: Reprodução/Zé Filho

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) ajuizou uma ação de improbidade administrativa contra um ex-prefeito de Santana de Mangueira (Sertão do estado), seu descendente em primeiro grau e três integrantes da comissão de licitação da prefeitura.

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De acordo com o MP, a Promotoria de Justiça de Conceição, que atua no município, apurou que os envolvidos fraudaram um processo licitatório, no ano de 2018. A investigação apontou que eles idealizaram um mecanismo para burlar o impedimento de um contrato com a firma do filho do gestor, criando uma empresa fantasma. Além de fraudar a licitação, pai e filho teriam gerado um dano ao erário de mais de R$ 100 mil.

O promotor de Justiça, Levi Emanuel Monteiro de Sobral, embasou-se em inquérito civil, destinado a verificar a legalidade das tomadas de preço 02/2017 e 07/2017, que tinham por objetivo, respectivamente, o fornecimento de gêneros alimentícios do tipo cereais, produtos industrializados, carnes, bolos e pães para atendimento aos programas de merenda escolar para as escolas da rede municipal de ensino, e o fornecimento parcelado de materiais de limpeza, higiene pessoal e descartáveis para atender a demanda das escolas públicas e de todas as secretarias do município.

No decorrer do inquérito, o Ministério Público aponta que “toda a documentação apresentada, bem como toda a licitação realizada não passou de um mero instrumento criminoso e ímprobo praticado pelos investigados com o ânimo de favorecer e contemplar o real empresário e, portanto, fornecedor dos produtos contratados: José Inácio Filho, filho do prefeito José Inácio Sobrinho, então prefeito de Santana de Mangueira”. Isso porque a empresa que ganhou a licitação era da cunhada do filho do então prefeito, diz o MP.

O promotor de Justiça verificou que a mulher era agricultora e nunca havia exercido qualquer tipo de atividade empresarial. Ela celebrou um acordo de não persecução cível de colaboração com o Ministério Público e denunciou o comportamento ilícito praticado pelos envolvidos. “Para mais, não bastasse a criação de uma empresa fantasma, os processados elevaram substancialmente o valor dos bens fornecidos ao longo do contrato e geraram claro sobrepreço e dano ao erário público”.

O Ministério Público apurou, ainda, que o esquema foi operacionalizado pelos integrantes da comissão de licitação: Roberto Rivanildo Ferreira de Sousa, Mariana Berto da Silva e Izabel Wagnar Pereira.

Indisponibilidade de bens e sanções máximas

O Ministério Público da Paraíba acrescenta que, diante do que foi investigado, o promotor de Justiça, Levi Sobral, requereu, como medida cautelar, a indisponibilidade dos bens dos promovidos em montante que assegure o integral ressarcimento do dano, qual seja: R$ 104.255,80, adotando-se as medidas necessárias para isso.

Além disso, o representante do MPPB pediu o reconhecimento dos atos de improbidade administrativa e, consequentemente, da ação e a respectiva condenação dos envolvidos, com a aplicação, em seus patamares máximos e individualmente em relação a cada um deles, de todas as sanções elencadas no artigo 12, I, da lei nº 8.429/92, bem como a homologação judicial do ANPC firmado com uma das envolvidas.