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‘Excessos contra Bolsonaro podem dar resultado eleitoral inimaginável ao partido’, diz líder do PL na Câmara
10/03/2024 / 11:58
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Aos 55 anos, o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (RJ), acredita que as recentes operações da Polícia Federal (PF) contra Jair Bolsonaro e seus aliados podem gerar resultados eleitorais “inimagináveis” ao partido.

“Como ser humano, Bolsonaro está sofrendo muito com isso”, disse Altineu Côrtes, em entrevista a Oeste. “É óbvio que é muito ruim tudo que está acontecendo politicamente, não eleitoralmente. Esses excessos podem, mesmo com o sofrimento do presidente Bolsonaro, dar um resultado eleitoral ao PL inimaginável.”

O ex-presidente é investigado em alguns inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles, um em que é suspeito de participar de uma suposta tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.

Conforme o líder do PL na Câmara, o nome de Bolsonaro cresce nas eleições municipais de 2024, pois a população enxerga que há uma injustiça no Brasil. “Na minha convicção, não houve tentativa de golpe”, disse Altineu Côrtes, que desponta como preterido do partido para disputar a presidência da Câmara dos Deputados.

O parlamentar destacou ainda que o Partido dos Trabalhadores (PT) “governa com raiva, perseguição” e que parece querer uma “revanche”. Cristão, Côrtes ressaltou que o presidente Lula tem uma posição “hostil” ao povo evangélico. Apesar de criticar eventuais ações do Judiciário, o deputado defendeu o diálogo para amenizar a relação entres os Poderes.

Em entrevista a Oeste, Altineu Côrtes comentou a possível candidatura à presidência da Câmara; uma eventual proposta da Casa em reação às ações da PF; a posição do partido sobre pautas em destaque no Parlamento, como o fim das saidinhas e a regulamentação da inteligência artificial; e as eleições municipais, ações da PF e mais. Confira os principais trechos:

O partido pretende lançar candidatura própria à presidência da Câmara?

Vamos lançar um nome. A galera fala no meu nome, e fico feliz por isso. Mas não tem nada decidido ainda. Quem vai decidir é a bancada.

Qual a avaliação do senhor sobre as operações da PF que miram o ex-presidente e aliados? 

Estou muito triste com o que está acontecendo no Brasil. O país precisa de pacificação e de paz. Tudo que aconteceu no passado foi muito grave e envolveu corrupção. É o caso da Petrobras e outros exemplos. Não foi o caso agora com o presidente Bolsonaro. Ele está sendo alvo por outros assuntos que não envolvem corrupção. Fala-se na perseguição em excesso da Justiça e do Ministério Público. Parece que é esse governo que quer uma revanche, que governa com raiva, que governa com perseguição. Isso é muito ruim para o Brasil. Acirra os ânimos. Exerço um papel aqui. Busco o equilíbrio na bancada, inclusive na minha relação com os outros partidos e com o próprio governo. Sempre tento ser coerente. Essas operações afetam o presidente Bolsonaro. Ele é um ser humano. Mas acho que isso tudo tem de ser dentro do devido processo legal. A pessoa tem que ter direito. Precisa ter mais cautela. Como ser humano, Bolsonaro sofre muito com isso. É óbvio que é muito ruim tudo que está acontecendo politicamente, e não eleitoralmente.

As investigações afirmam que, durante o governo Bolsonaro, houve tentativa ou planejamento de golpe de Estado. O senhor acredita?

Na minha convicção, não houve tentativa de golpe, muito menos golpe. Sobre o planejamento, não posso dizer porque são tantas informações… Mas não acredito que houve um planejamento. Acho que pode ter tido algumas pessoas que tinham uma ideia que nunca foi para frente. Então, não houve tentativa e não houve golpe. Não houve crime. No Direito Penal, o cara pode conversar sobre uma situação que é um crime, mas, se ele não tenta aquele crime, não é crime. O governo alimenta essa narrativa. Aliás, são as palavras do presidente Lula. Ele alimenta essa narrativa, e o PT sabe fazer isso muito bem. Todo mundo repete a mesma coisa no Brasil inteiro o tempo todo.

Revista Oeste