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Governo Lula prioriza big techs em negociações com Trump
24/09/2025 / 15:24
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Foto 1′: AFP / Foto 2: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se preparando para uma possível mesa de negociação comercial com a gestão de Donald Trump, com as big techs no centro das discussões. A expectativa é que Lula e Trump se comuniquem na próxima semana, possivelmente por videoconferência ou telefone. O Itamaraty está tratando os preparativos com cautela, evitando que o encontro possa ser usado para constrangimentos.

Recentemente, o Palácio do Planalto apresentou a Medida Provisória Redata, que visa estimular a instalação de datacenters no Brasil. Além disso, o governo está aberto a discutir temas como a regulação econômica das plataformas digitais e a taxação de serviços de streaming. Essas questões são consideradas prioritárias, uma vez que as big techs têm grande influência sobre a administração americana.

O governo brasileiro já deixou claro que não discutirá a situação jurídica de Jair Bolsonaro durante as conversas, focando em temas que interessam às plataformas. Um dos pontos centrais será a regulação econômica das plataformas digitais, com a proposta de criação de instrumentos que coíbam práticas anti-concorrenciais, visando as gigantes do Vale do Silício.

Outro aspecto importante é a MP dos datacenters, que busca atrair investimentos no Brasil, aproveitando a oferta de energia limpa e barata. Essa medida foi apresentada em conjunto com a proposta de regulação, indicando uma estratégia de negociação com as big techs e com Washington.

O governo também está discutindo a taxação dos serviços de streaming, que prevê uma alíquota de 6% sobre a receita bruta das plataformas estrangeiras. O relator da matéria na Câmara é o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), e a expectativa é que a votação ocorra em 2026. Por fim, a Resolução 780 da Anatel, que responsabiliza marketplaces por infrações relacionadas à oferta de produtos, também está na pauta de discussões. As plataformas já se manifestaram contra essa resolução, buscando sua alteração ou derrubada.

A percepção dentro do governo Lula é de que a defesa dos interesses das big techs é fundamental, especialmente em um contexto onde o governo Trump busca um alinhamento estratégico com o Brasil, em meio à disputa global com a China.