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Família descobre no aeroporto que jovem vai lutar na guerra da Ucrânia
29/12/2025 / 09:39
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Brasileiro troca rotina no Paraná pelo front da guerra na Ucrânia – Foto: arquivo pessoal/Reprodução

Um jovem paranaense de 22 anos decidiu deixar o Brasil para atuar como voluntário na guerra entre Ucrânia e Rússia e comunicou a decisão à família somente momentos antes do embarque. Natural de Cascavel, no oeste do Paraná, Matheus Nunes viajou para o país do Leste Europeu em novembro de 2025.

Reservista do Exército Brasileiro, Matheus serviu no 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado e, após deixar o serviço militar, passou a trabalhar como vigilante em empresas de segurança privada. Segundo ele, a decisão de seguir para o conflito foi tomada de forma consciente e responsável.

A notícia pegou familiares de surpresa. “Eu avisei quando já estava no aeroporto. Até então eu tinha comentado, mas acho que eles não acreditaram muito. Quando viram que eu estava indo de verdade, caiu a ficha. Foi aquele choque, mas depois não tinha mais o que fazer. Eles ficaram rezando para que tudo dê certo”, contou.

Atualmente em território ucraniano, o jovem não divulga a localização exata por questões de segurança. Ele afirma que atua em áreas controladas e que os voluntários seguem protocolos rígidos para reduzir riscos. “Existe organização, orientação e cuidado com a integridade de quem está aqui”, disse.

Matheus também rebate críticas e interpretações equivocadas sobre sua decisão. “Não é vitimismo, nem busca por atenção ou sensacionalismo. A realidade é séria e precisa ser tratada com responsabilidade. Falo apenas para esclarecer e evitar interpretações erradas”, declarou.

Segundo ele, a experiência tem sido marcada pela solidariedade entre voluntários e pela resistência do povo ucraniano. “É transformador ver um povo lutando pela própria liberdade”, completou.

Alerta do governo brasileiro

O Ministério das Relações Exteriores alerta que brasileiros devem recusar propostas de atuação militar em conflitos estrangeiros. Em comunicado divulgado em junho deste ano, o Itamaraty informou que tem aumentado o número de brasileiros mortos ou que enfrentam dificuldades para deixar zonas de guerra após o alistamento voluntário.

Segundo o ministério, a assistência consular nesses casos pode ser severamente limitada, já que os voluntários costumam assinar contratos diretamente com forças armadas estrangeiras.

Guerra sem previsão de fim

A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início em fevereiro de 2022, após a autorização do presidente russo Vladimir Putin para a invasão do território ucraniano. Desde então, o conflito já deixou milhares de mortos, milhões de refugiados e segue concentrado principalmente nas regiões leste e sul do país.

A Ucrânia recebe apoio militar e financeiro de países ocidentais, enquanto a Rússia enfrenta sanções econômicas. Apesar de negociações em andamento, não há, até o momento, uma previsão concreta para o fim da guerra.

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