O paraibano Damião Rosa, 51, precisou lutar contra um linfoma após diagnóstico de leucemia e depois de um tratamento inicial no Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, foi encaminhado para Natal, no Rio Grande do Norte, onde permaneceu por quatro meses devido à necessidade de um tratamento de transplante de medula óssea, entre fevereiro e junho de 2023.

A família testemunhou a rotina sendo alterada bruscamente em razão do diagnóstico e da mudança para o estado vizinho. O restaurante de pequeno porte mantido na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, em João Pessoa, precisou ser fechado “porque o tempo era muito curto pra resolver muita coisa, o foco era o tratamento dele”, conta Francineide Ferreira, esposa de Damião, que passou a realizar sorteios e campanhas em prol da saúde do marido.

“A gente não tinha como custear esse tratamento. Porque pelo SUS a gente não conseguiu os exames com a urgência que ele precisava, pra que o tratamento e o transplante viessem o mais rápido possível. Ele só podia fazer quando tivesse todos os exames prontos e a cada mês, a cada ciclo de quimioterapia, sempre tinha um novo exame, algo a pesquisar”, relata a esposa.

Após a realização do transplante no Hospital Rio Grande e a permanência em uma casa de apoio em Natal que acolhe pacientes que não têm condições financeiras de pagar um lugar para ficar, entre idas diárias ao hospital para avaliações, a família foi liberada para retornar a João Pessoa em junho.

“Isso a gente celebra a vida porque nesse meio tempo a medula pegou, graças a Deus ele superou o maior desafio”, afirma Francineide.

Os gastos para seguir com o tratamento lidando com os efeitos colaterais, no entanto, ainda são altos e por isso esposa e amigos da comunidade Consolação Misericordiosa, na capital, estão organizando uma feijoada beneficente em prol da continuidade do tratamento de Damião e também para celebrar a vida do paraibano com o resultado positivo do transplante. Uma das irmãs dele, que mora em Salvador, se mostrou compatível durante os exames e isso possibilitou a realização do procedimento. Damião é natural de Catolé do Rocha, mas vive há anos na capital paraibana.

“Graças a Deus ele está bem. A gente veio embora no dia 20 de junho e quando chegamos aqui outra realidade dura, porque a gente volta pra casa, não tem trabalho, a renda que a gente tem é de um auxílio que ele recebe, de um salário mínimo, pagamos aluguel, enfim. E quando sai do hospital, vem com uma lista de medicamentos enorme. E tudo isso que era bancado pelo hospital, agora é a gente que tem que comprar. Foi por isso que nasceu essa feijoada, o pessoal da igreja se reuniu e vendo a nossa luta, nossa necessidade, estão promovendo essa feijoada para nos ajudar”, explicou Francineide.

Feijoada une música, comida e empatia

O evento acontecerá no domingo (30.07), a partir das 12h, na Associação dos Filhos de Itaporanga (Asfita), localizada na Rua Otacílio Mangueira Ramalho, 20 – Aeroclube, em João Pessoa.

Os cantores Mô Lima, André Guilherme e o ministério de música da comunidade Consolação Misericordiosa estão empenhados na campanha e farão apresentações musicais no evento, que promete ser animado com dinâmicas e bingos.

A entrada individual é de R$30, que pode ser obtida via Pix (649.113.495-49) em nome de Damião Rosa da Silva. Quem preferir também pode passar no dia apenas para pegar sua feijoada. Ingressos e outras informações podem ser adquiridas através do contato (83) 99993-0349.

“Comprando o ingresso da feijoada é uma forma de nos ajudar muito. Porque além da pessoa comprar o ingresso e nos ajudar, também vai passar um dia de diversão, de alegria, em família, e celebrando a vida de Damião, porque realmente ele é um grande milagre. Ele estar bem hoje é uma grande graça de Deus, porque o processo que ele passou foi muito difícil, e tá passando, só que agora ele tá no pós-transplante, na recuperação. Então cada pessoa que comprou um ingresso desse, que vai lá participar, ela tá fazendo parte dessa história de Damião. E é tudo que a gente tem na mão hoje pra gerar uma renda, custear as medicações, os exames, alimentação restrita, o nosso retorno pra Natal, tudo isso é objetivo dessa feijoada”, destacou Francineide.