O governo brasileiro adquiriu dois antídotos, fomepizol e etanol farmacêutico, para tratar intoxicações por metanol, que já registram 127 notificações no país.
O Ministério da Saúde anunciou neste sábado (4) a compra de **fomepizol** e **etanol farmacêutico** como antídotos para intoxicações por metanol no Brasil. A medida surge em resposta ao aumento de casos de intoxicação, que já contabiliza 127 notificações, com 11 confirmadas em laboratório. Os antídotos estarão disponíveis nos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS) até o final da próxima semana. Foram adquiridas 12 mil ampolas de etanol e 2,5 mil unidades de fomepizol, que se somam a 4,3 mil ampolas já existentes. A aquisição do fomepizol, medicamento específico para esse tipo de intoxicação, foi apoiada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e realizada com um fabricante japonês. A distribuição dos insumos começou imediatamente, atendendo estados como Bahia, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso e o Distrito Federal. Os antídotos são utilizados em casos suspeitos de intoxicação por metanol, especialmente associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O tratamento pode ser iniciado sem a confirmação laboratorial, mas deve ser feito sob prescrição médica. O fomepizol atua como um inibidor da enzima álcool desidrogenase (ADH), impedindo a transformação do metanol em compostos tóxicos. Quando administrado precocemente, protege órgãos vitais, como olhos e fígado. Na ausência do fomepizol, o etanol farmacêutico é utilizado como alternativa, embora seja considerado menos seguro. O aumento dos casos de intoxicação, iniciado em São Paulo, levou o Ministério da Saúde a criar uma Sala de Situação para monitorar os registros e coordenar ações com estados e municípios. Médicos continuam utilizando hemodiálise e etanol farmacêutico até que o fomepizol esteja disponível.