Movimentos sociais, partidos de oposição, centrais sindicais e sociedade civil se reúnem nas ruas, neste sábado (29), na Paraíba, para protestar contra o presidente da República Jair Messias Bolsonaro. As manifestações estão acontecendo em todo o país neste 29 de maio e, entre as pautas levantadas, a principal é a gestão do presidente frente à pandemia de Covid-19 no país que, até esta sexta-feira, já tirou a vida de mais de 459 mil pessoas.

Na Paraíba, os atos acontecem em João Pessoa, Campina Grande e Patos. Desde a divulgação, a organização do evento orientou as pessoas a irem de máscara PFF2, levarem álcool em gel e manterem distanciamento umas das outras de, pelo menos, dois metros.

Na Capital, as carreatas e agrupamentos tiveram início por volta das 09h da manhã. Além da revolta pela condução do presidente em relação à pandemia, os manifestantes criticam os atrasos de Bolsonaro na negociação para compra de vacinas e pedem o aumento do auxílio emergencial, que havia sido suspenso e retornou no mês de abril, com valores entre R$ 150 e R$ 375, dependendo da família.

Outras pautas incluem a insegurança alimentar, que cresceu ao longo da pandemia, o racismo institucional, a LGBTQfobia, o feminicídio e supostos esquemas corruptivos envolvendo aliados e familiares de Bolsonaro.

Protestos na Capital – Foto: Matheus Melo

“Esse governo aprovou despejos nas comunidades e ocupações desse país em plena pandemia, este governo disse que essa pandemia era uma gripezinha e essa gripezinha já matou mais de 450 mil brasileiros. Homens e mulheres trabalhadores […] Este governo manda matar a população preta e pobre desse país, por isso nós dizemos que é um governo genocida, porque ele não quis negociar vacina […] é por isso que nós estamos nas ruas, pra dizer que nós não vamos dar um minuto de sossego a esse governo fascista, racista, homofóbico que está instalado na presidência da república”, disse Rosilene Santos, integrante da Unidade Popular e do movimento preto e feminista na Paraíba, em discurso no Parque Sólon de Lucena (Lagoa), em João Pessoa.

Para Renata Rolim, do Partido da Causa Operária, o movimento no dia de hoje é histórico e merece saudação.

“É nosso compromisso mobilizar a população pra derrubar esse governo, é nosso compromisso, de liderança, de pessoas com consciência política, ir às ruas, chamar os companheiros, mobilizar a população, conversar com as comunidades, com nossos amigos, família, é nosso dever histórico, esse ato não pode parar aqui”, afirmou, em meio aos gritos de protestos dos manifestantes no Centro da Capital.

As manifestações contam ainda com apresentações culturais, música, poesia, performances visuais, teatrais, caminhadas e trios elétricos. Na Lagoa, os organizadores estavam disponibilizando álcool em gel para os presentes.