A Organização das Nações Unidas divulgou na terça-feira (23) uma foto em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece acompanhando atentamente o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 80ª Assembleia Geral, em Nova York. O registro ganhou destaque porque, minutos depois, Trump mencionou diretamente o petista em sua fala, revelando um encontro rápido nos bastidores e afirmando que pretende se reunir com ele na próxima semana.
“Tive um pequeno problema em dizer isso, mas devo contar. Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, nos abraçamos e concordamos que nos encontraríamos na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, talvez uns 20 segundos. Mas, por cerca de 39 segundos, tivemos uma excelente química. Ele me pareceu um homem muito agradável. Eu gostei dele, e só faço negócios com pessoas de quem gosto”, disse Trump, arrancando risos da plateia.
A declaração foi vista como um gesto de aproximação depois de semanas de atrito. Na véspera, a Casa Branca anunciou novas sanções contra autoridades brasileiras ligadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive a aplicação da Lei Magnitsky à esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, e ao Instituto Lex, vinculado à família do magistrado.
Apesar do tom elogioso, Trump não poupou críticas ao Brasil. “No passado, o Brasil tarifou injustamente a nossa nação. Agora, por causa das nossas tarifas, estamos revidando, e muito forte. Como presidente, sempre defenderei a soberania nacional e os direitos dos cidadãos americanos. É triste dizer, mas o Brasil está indo mal e continuará indo mal. Só pode ir bem quando trabalha conosco. Sem nós, falhará”, afirmou.
Mais tarde, o chanceler Mauro Vieira afirmou que um encontro presencial entre os dois presidentes não será possível devido à agenda de Lula, mas que a conversa deve ocorrer por telefone ou videoconferência. “O presidente Lula está sempre disposto a dialogar com qualquer chefe de Estado que seja do interesse do Brasil”, disse, ressaltando que o Brasil está aberto a discutir tarifas, mas que “a soberania e a independência dos Poderes brasileiros não estão em negociação”.
Com informações do InfoMoney