Mais de mil manifestantes se reuniram em frente à prefeitura de Paris nesta quarta-feira (19/6) para condenar o antissemitismo e o estupro contra uma menina judia de 12 anos em Courbevoie, subúrbio nos arredores de Paris. Autoridades como o ministro da Justiça também participaram dos atos.
Para fontes policiais, que conversaram com vários jornais, a garota relatou que enquanto era estuprada na tarde do último sábado, três garotos, dois de 13 anos e um de 12 anos, faziam ameaças de morte e insultos antissemitas como “judia suja”. A vítima contou que um deles era seu ex-namorado. Ela foi forçada a se submeter à penetração anal e vaginal.
Os adolescentes de 13 anos foram indiciados pelo crime de estupro e também responderão por ameaças de morte, insultos antissemitas e violência. O de 12 anos foi colocado sob proteção de testemunhas por estupro e indiciado por outros crimes ainda sob investigação, de acordo com a promotoria pública de Nanterre, na região oeste da capital francesa. De acordo com o Ministério Público francês, os três foram presos e colocados sob custódia policial e detenção.
Nesta quarta-feira, Emmanuel Macron pediu às escolas que realizem discussões sobre racismo e antissemitismo. O presidente francês pediu à ministra da Educação, Nicole Belloubet, “que organize uma discussão em todas as escolas sobre a luta contra o antissemitismo e o racismo, para evitar que discursos de ódio com graves consequências se infiltrem nas escolas”, disse o gabinete de Macron.
“Ninguém pode ser desculpado diante dessa prova sem precedentes de antissemitismo“, comentou o rabino-chefe da França, Haïm Korsia, no X.
“O estupro é uma ferramenta de destruição a serviço do ódio, e quando crianças estupram crianças, é também a sociedade como um todo que deve questionar sua responsabilidade diante da violência, do antissemitismo e da misoginia em ação em nosso país“, reagiu a filial francesa da Women’s Foundation, organização de defesa dos direitos das mulheres.
Relatos de episódios de antissemitismo surgiram em França desde o ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro, e a subsequente guerra contra o grupo militante lançada por Israel.
O caso tem gerado enorme repercussão política e mobiliza a campanha para as eleições legislativas na França, que foram antecipadas após a dissolução da Assembleia Nacional pelo presidente Macron.
Publicado por Matheus Melo, F5 Online*