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Galinha de capoeira: melhor bebida para harmonizar com essa iguaria do Nordeste brasileiro
13/07/2025 / 14:59
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Símbolo de aconchego, tradição e sabor, a galinha de capoeira guisada é mais do que um prato típico: é um verdadeiro ritual da culinária nordestina. Preparada com tempo, paciência e muito tempero, ela ocupa lugar de destaque nas mesas de família, festas no interior e almoços de domingo. E como toda boa iguaria, merece uma bebida à altura para acompanhar.

Segundo o chef e sommelier Paulo Ricardo Nunes, a escolha da bebida deve respeitar a rusticidade e a potência dos temperos, que geralmente incluem alho, cebola, pimentão, pimenta-de-cheiro, coentro e colorau. Para ele, vinhos tintos leves a médios, como Sangiovese e Tempranillo, harmonizam bem com a carne firme e o molho espesso do prato. “Esses vinhos têm boa acidez e taninos suaves, o que equilibra o sabor da galinha e ajuda a limpar o paladar”, explica.

Já para quem prefere cerveja, Paulo Ricardo recomenda estilos como saison, witbier ou uma IPA leve. “A cerveja precisa ser refrescante, aromática e capaz de dialogar com o tempero marcante da receita”, pontua. A tradicional cachaça também tem espaço: “Uma boa cachaça envelhecida, servida pura, é uma harmonização ousada e ao mesmo tempo autêntica, ideal para quem quer manter o espírito nordestino até no copo”. Para os que evitam álcool, o chef indica sucos regionais como cajá e umbu, que oferecem acidez e frescor à experiência gastronômica.

A galinha de capoeira tem origem nas criações livres do interior do Nordeste. Diferente das aves de granja, essas galinhas eram criadas soltas nos quintais e roçados, alimentando-se de grãos, frutas e o que mais encontrassem no chão — daí o nome “capoeira”, que se refere ao mato ralo e ao espaço onde viviam. Por ser uma ave de crescimento mais lento e carne mais firme, tornou-se prato reservado para ocasiões especiais, como almoços de domingo ou a chegada de visitas importantes.

Com o tempo, a galinha de capoeira se consolidou como símbolo de fartura, cuidado e hospitalidade no sertão nordestino. E se a receita permanece viva nas panelas, a escolha da bebida ideal para acompanhá-la mostra que a tradição também pode evoluir — misturando o sabor da terra com toques de sofisticação à mesa.