Do coração de Guarabira, no brejo paraibano, para o Centro Histórico de João Pessoa, a trajetória de Germano Carvalho Toscano de Brito é marcada por amor, abnegação e luta incansável em favor da atividade notarial e registral brasileira. Filho de pais humildes, forjado entre o seminário, as rádios locais e o trabalho em bancos, Germano escolheu o Direito como profissão e o serviço notarial como missão de vida. Há quase cinco décadas, seu nome se confunde com a história do Cartório Toscano de Brito, instalado em 1977, que cresceu sob sua liderança com modernização, tecnologia e acolhimento.
O tabelião lembra com emoção das primeiras dificuldades: arquivos empoeirados, móveis escassos e nenhuma infraestrutura. Foi a disciplina aprendida nos bancos que lhe deu fôlego para reinventar o cartório. Ainda nos anos 1980, investiu em informática e transformou sua serventia em exemplo de modernidade, abrindo caminhos que, mais tarde, se espalharam pelo país. “Sempre disse aos funcionários: recebam com alegria quem chega ao cartório, porque o tabelião é, antes de tudo, um orientador, quase um confessor”, afirmou, numa metáfora que traduz sua visão humanizada do ofício.
Sua liderança logo ultrapassou as fronteiras da Paraíba. Fundador da APEB, que mais tarde se transformaria na Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG-BR), exerceu cargos de secretário-geral, vice-presidente e hoje ocupa a função de diretor-geral. Também ajudou a criar a Associação dos Notários e Registradores da Paraíba (ANOREG-PB), que presidiu por vários mandatos e da qual é diretor-financeiro; o Instituto de Estudos de Protesto do Brasil (IEPTB) e o Instituto de Registro de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas (IRTDPJBrasil), deixando sua marca como construtor de entidades que fortalecem a categoria.
Na Constituinte de 1988, liderou, em Brasília, junto a colegas de todo o país, como Léo Barros Almada, Cláudio Marçal Freire e Rogério Bacellar, a defesa do caráter essencial dos serviços notariais e registrais, consolidando a profissão na Carta Magna.
Na Paraíba, Germano idealizou e sediou o Encontro Convergência, em 2003, no Hotel Tambaú, na Capital, evento que se tornou nacional e completou este ano sua 20ª edição, em São Luís (MA). “Ser chamado de pai do Convergência é motivo de orgulho, porque essa é uma semente que plantamos para unir a classe e convergir para as grandes causas, como a Lei do Protesto”, destacou. Em cada vitória, ele celebra não apenas avanços técnicos, mas sobretudo os laços de amizade, respeito e dedicação que marcaram sua jornada.
Ao projetar o futuro, Germano se define como um “tabelião 5.0”, pronto para acolher a inteligência artificial sem perder o toque humano que sempre guiou sua atuação. “A juventude está no cérebro, não no corpo. Enquanto houver amor pela profissão, amigos, família e pela vida, continuaremos jovens”, disse em depoimento ao jornalista Cândido Nóbrega para a série de vídeos “Memórias – Notários e Registradores Paraibanos” da Anoreg-BR, cujo vídeo pode ser conferido clicando aqui .
Seu conselho às novas gerações é simples e definitivo: amar o que se faz. É nesse amor que repousa o seu maior legado.