A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que governou o país entre 2019 e 2022, e alguns dos principais membros da cúpula de seu governo por envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa.
Também foram indiciados os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice-presidente da República nas eleições de 2022.
O indiciamento de Bolsonaro pela PF acontece no âmbito do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder, no fim de 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições daquele ano.
O relatório final da PF tem mais de 800 páginas. O documento foi finalizado na tarde desta quinta-feira (21) e encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, deve compartilhar o relatório com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao PGR, Paulo Gonet, a decisão sobre a apresentação ou não de uma denúncia contra os investigados.
Gonet também pode optar pelo arquivamento ou pedir investigações complementares.
Confira as penas previstas para cada um dos crimes:
Entre os 37 indiciados, também estão o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, partido do ex-presidente da República.
Leia a íntegra da nota da PF sobre o indiciamento:
“A Polícia Federal encerrou nesta quinta-feira (21/11) investigação que apurou a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder.
O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal com o indiciamento de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.
As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.“
Com informações de InfoMoney