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Google abandona metas de contratação com foco em diversidade
06/02/2025 / 18:37
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Fachada do Google em Irvine, Califórnia – Foto: Reuters/Mike Blake

O Google desistiu das metas de contratação com foco em diversidade (DEI, na sigla em inglês). A empresa também vai revisar todos os outros programas de diversidade, equidade e inclusão. O comunicado chegou aos funcionários por um email na quarta-feira, 5, onde informou que não estabelecerá metas de contratação para aumentar a representação na empresa.

A decisão coloca a empresa de Sundar Pichai no mesmo grupo de Meta e Amazon, que abandonaram essas políticas, em espacial, após críticas e boicotes de conservadores.

Na esteira da decisão, uma frase foi excluída do novo relatório anual da Alphabet, empresa-mãe do Google, que dizia que a empresa estava “comprometida em fazer da diversidade, equidade e inclusão parte de tudo o que fazemos e em formar uma força de trabalho representativa dos usuários que atendemos”. Essa frase estava nos relatórios de 2021 a 2024.

Em 2009, a gigante de buscas online implementou sua primeira iniciativa de diversidade. Em 2020, no contexto dos protestos após o assassinato de George Floyd pela polícia, estabeleceu a meta de aumentar em 30% as contratações de grupos sub-representados, objetivo que afirma ter cumprido dois anos depois, segundo o último relatório de diversidade, divulgado em 2024. Esse relatório mostra que, entre os funcionários em cargos de liderança, 5,7% se identificam como negros e 7,5% como latinos. Ambos os resultados mostram que os números ficaram estáveis entre 2023 e 2024.

No comunicado aos funcionários, o Google ainda diz que avalia se vai continuar a produzir e publicar seus relatórios DEI. A empresa também analisa se alguma de suas iniciativas precisa se adequar às recentes decisões judiciais ou ordens executivas que restringem políticas de diversidade.

Ao citar ordens executivas, o Google se refere ao decreto que Donald Trump assinou na primeira semana do seu mandato. A ordem dizia que todos os funcionários do governo federal que atuam em programas de diversidade, equidade e inclusão fossem afastados.

O Google, no entanto, afirmou que vai abrir novos escritórios e expandir a operação em cidades com mão de obra diversificada. “Continuaremos investindo em estados nos EUA – e em muitos países ao redor do mundo –, mas, no futuro não teremos mais metas ambiciosas”.

Mesmo com as políticas DEI minguando, a gigante disse que manterá seus grupos de apoio para funcionários sub-representados. “O Google sempre esteve comprometido em criar um ambiente de trabalho onde contratamos as melhores pessoas onde quer que operemos, proporcionando um ambiente onde todos possam prosperar e sendo justo com todos”, disse no email aos funcionários. “É exatamente isso que vocês podem esperar no futuro”.

No mês passado, a Meta, dona do Facebook, demitiu a equipe responsável pelos programas de diversidade e descontinuou as políticas de contratação de mulheres e minorias. A vice-presidente de recursos humanos da Meta, Janelle Gale, disse aos funcionários que o “cenário legal e político que envolvem os esforços de diversidade, equidade e inclusão nos EUA está mudando”. As decisões se encontram com a recente declaração do dono da companhia, Mark Zuckerberg, que disse que queria mais “energia masculina” no ambiente de trabalho.

Em dezembro de 2024, a Amazon também informou seus funcionários que encerraria alguns programas DEI. A gigante tirou do site a frase “diversidade, equidade e inclusão são bons para os negócios”.

Várias empresas foram alvos de propostas de acionistas que buscam acabar com as iniciativas DEI. A Apple, porém, recomendou publicamente que seus acionistas rejeitassem a proposta do National Center for Public Policy Research, um grupo conservador, que pediu o fim dessas políticas. A posição da fabricante do iPhone foi divulgada em documento enviado a investidores, no qual recomenda a seus acionistas que votem na próxima assembleia, prevista para 25 de fevereiro.

Com informações do Estadão